Luanda – O 1º Parajogos Africanos será disputado em 2023 no Ghana, segundo garantias do presidente do Comité Paralímpico local, Samson Deen, durante a reunião de peritos dos desportos da União Africana (UA) e do Comité Paralímpico Africano (APC).
Na reunião de dois dias, iniciada esta quinta-feira, em Luanda, o responsável ganense, que participa via plataforma Zoom, afirmou que o Governo do seu país assumiu o evento inédito para atletas deficientes, numa altura que já decorrem os aspectos organizativos.
Sobre o assunto, o presidente do Comité Paralímpico Africano, Leonel da Rocha Pinto, afirmou à ANGOP que a decisão resulta de contactos com o Ministro dos Desportos do Ghana, durante os Jogos Paralímpicos de Tóquio´2020 (decorridos em 2021 devido à pandemia da Covid-19).
O também presidente do Comité Paralímpico Angolano (CPA) e membro Executivo do Comité Paralímpico Internacional (IPC) disse estar criada uma comissão de membros da UA e do APC que, em breve, se deslocará ao Ghana para trabalhar com o Ministério dos Desportos daquele país.
A primeira edição dos Parajogos Africanos, inicialmente prevista para 24 de Janeiro a 2 de Fevereiro de 2020, na cidade de Rabat, foi cancelada por indisponibilidade do Reino de Marrocos, após garantias de que seria o anfitrião.
Após ganhar a África do Sul na corrida para palco do evento e de ter albergado os Jogos Africanos de 19 de Agosto a 3 de Setembro de 2020, Marrocos declinou a prova adaptada, ignorando o protocolo que havia assinado em Abril do ano anterior, em Rabat.
A decisão da realização da 1.ª edição desta competição exclusiva a atletas adaptados, saiu da Conferência de Ministros dos Desporto e Cultura da União Africana, que teve lugar em Outubro de 2018, em Argel (Argélia), com a presença de membros do IPC e da Associação dos Comités Olímpicos Nacionais de África.
O desporto para atletas deficientes foi introduzido no programa dos Jogos Africanos na edição de 1996, disputada na África do Sul, sendo que a partir de 2020 teria lugar em separado devido a especificidade que requer autonomia, sobretudo no capítulo competitivo.
O objectivo é que a competição seja qualificativa aos Jogos Paralímpicos.
África é o único continente que não organiza a sua própria prova multidisciplinar a nível do desporto paralímpico, tal como já o fazem a Europa, América e Ásia.