Luanda – Longe da qualidade de outros tempos, a Selecção Nacional de futebol do Ghana, “Black Stars”, sucumbiu no tempo e quase é vulgarizada na campanha de qualificação para o Campeonato Africano em 2025, no Reino de Marrocos.
Ismael Niemba, jornalista da ANGOP
Actualmente, esta antiga potência do futebol em nada se assemelha ao conjunto antes temido mundialmente e em que pontificavam estrelas como Abedi Pelé, Anthony Yeboah, Michael Essien, Asamoah Gyam, apesar de contar com jovens talentos como os irmãos André e Jordan Ayew, Issahaku Fatawu, Mohammed Kudus e Daniel Amartey.
Os Black Stars estão praticamente sem possibilidade de qualificação para o CAN`2025, ao perderam com Angola, em Kumasi, por 0-1, e o Sudão (0-2), empatar com o Níger (1-1) e o Sudão (0-0), ocupando a modesta 3.ª posição no Grupo F, com dois pontos, à frente apenas do Níger, último colocado (1 pts).
Quem está a protagonizar uma campanha histórica é Angola, líder da série com 12 pontos e já qualificada para o CAN, secundada pelo Sudão, com sete, numa altura em que faltam duas rondas por se disputar.
O Ghana, com dois pontos, terá de vencer os dois últimos desfios para somar oito e esperar por duplo desaire do Sudão (sete pontos).
No próximo jogo, a selecção ghanesa defronta os Palancas Negras, no dia 11 de Novembro, em Luanda, para a 5ª jornada do Grupo e conclui a eliminatória diante do Níger, para a 6ª.
O momento menos bom desta forte selecção não é de hoje. O facto ficou bem patente durante a pálida campanha no CAN`2023, mas disputado em Janeiro/Fevereiro de 2024, na Côte d´Ivoire.
Nessa prova, o Ghana foi surpreendentemente eliminado ao terminar no 3º posto do Grupo B, com dois pontos, depois empates diante do Egipto (2-2) e Moçambique (2-2) e derrota ante Cabo Verde (1-2).
África
Os Black Stars conquistaram por quatro ocasiões o Campeonato Africano das Nações (CAN), precisamente em 1963, no Ghana, 1965 (Tunísia), 1978 (Ghana) e 1982 (Líbia).
Venceu por cinco vezes o Campeonato da África Ocidental, denominado Campeonato da Zona 3, em 1982, Benin, 1983 (Côte d´Ivoire), 1984 (Burkina Faso), 1986 (Ghana) e 1987 (Libéria).
Campeonato do Mundo
No Campeonato do Mundo de 2006, na Alemanha, o Ghana foi a única selecção africana a passar para a fase seguinte, ao vencer os Estados Unidos da América, por 2-1, e a então favorita República Checa, por 2-0.
Porém, perdeu nos oitavos-de-final diante do Brasil, por 0-3, tendo ficado na 13ª posição da classificação final. A prova foi ganha pela Itália.
Já no Campeonato do Mundo de 2010, na África do Sul, o Ghana obteve a melhor colocação, ao disputar os quartos-de-final.
Foi, novamente, o único representante de África a alcançar tal posição após vencer a Sérvia por 1-0, empata (1-1) com a Austrália e derrota ante a Alemanha (0-1), na fase de grupos.
Os Black Stars venceram os Estados Unidos, por 2-1, nos oitavos-de-final, enquanto nos quartos-de-final, num dos jogos mais emocionantes do Mundial da FIFA, foram eliminados pelo Uruguai, nas grandes penalidades.
O confronto memorável entre o Uruguai e o Ghana marcou a história da competição pelo resultado final “trágico” para o representante africano, que teve a possibilidade de vencer antes mesmo das grandes penalidades.
Com a partida igualada a uma bola, Luís Suárez gerou polémica ao evitar um golo com as mãos. O sul-americano até foi expulso, mas Asamoah Gyam falhou o penálti, permitindo que o jogo fosse decidido por séries de grandes penalidades, terminando em 2-4 a favor do Uruguai.
A selecção ghanesa,considerada “mundialista”, participou nos campeonatos do Mundo da Alemanha´2006, África do Sul´2010 e Brasil´2014.
Nos Jogos Olímpicos de Barcelona´1992 conquistou a medalha de bronze, um feito pouco comum nos países africanos em eventos do género.IN/MC