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Feitos da “estrela" Paulão enaltecidos no dia do aniversário    

     Desporto              
  • Luanda • Terça, 22 Outubro de 2024 | 22h21
Antigo futebolista Paulão (Arquivo)
Antigo futebolista Paulão (Arquivo)
Angop

Luanda - A trajectória e os feitos do antigo jogador Alves Paulo António “Paulão”, falecido em 2021, por doença, foram enaltecidos, hoje (segunda-feira), em Luanda, como um grande legado e exemplo a ser seguido pelos novos praticantes, futuras gerações do futebol e do desporto angolano.

O tributo ao ex-craque do 1º de Maio de Benguela, que depois rumou para Portugal, aconteceu na Casa Seque, no memorável” Estádio da Cidadela, que “inspirou”o inédito apuramento ao CAN96, da qual fez parte, enquadra-se numa mesa-redonda, no âmbito do Resgate da Mística Social, Desportiva e Cultural.   

A homenagem, no dia do seu nascimento (22), foi antecedida de entoação do Hino Nacional, breve introdução sobre a história do futebol angolano, o perfil desportivo de Paulão, feito pelo radialista António Frazão, seguindo-se as intervenções de ex-colegas, dirigentes, familiares e outras personalidades presentes e por via áudio e vídeos.

Na ocasião, as distintas personalidades, mormente ligadas ao desporto, foram unânimes em destacar as qualidades humanas e profissionais do ex-capitão da Selecção Nacional, que contribuiu para a “estreia” de Angola na prova continental (CAN96), disputada na África do Sul.

Destas, realce para os antigos futebolistas Julião Dias, Luís Cazengue “Luizinho”, Isidro Baptista, colega de infância, que no local detalharam os passos e a carreira do falecido jogador, também complementado pelos depoimentos de Amaral Aleixo, Túbia Ribeiro, Cangato, Mariano de Almeida e do jornalista português José Respício.             

Após um minuto de silêncio, em memória do homenageado, no final, realizou-se uma sessão de assinatura de um quadro com o seu retrato, bem como o leilão de outro, com propósitos de obtenção de fundos, para financiar a construção de uma escola de futebol, como era o desejo do malogrado, na província do Namibe. Sobre a contribuição de Paulão, para a Selecção Nacional chegar ao Campeonato Africano das Nações (CAN):  

Após insucessos nas eliminatórias da Libia/82, Côte d´Ivoire/84, Egipto/86, Marrocos/88, Argélia/90, Senegal/92 e Tunisia/94, os Palancas Negras, designação da Selecção de Angola, chegavam assim a um CAN, com o atacante, que já actuava em Portugal, a ser o melhor marcador, com seis golos, seguindo de Akwá, com três.

Em dez jornadas, o antigo jogador do Benfica de Lisboa marcou em cinco rondas, golos decisivos para o apuramento. O percurso até à fase final, na África do Sul, em 1996, começou a 4 de Setembro de 1994, quando recebeu e venceu, no Estádio da Cidadela, a Namíbia, por 2-0, em partida do Grupo VI.    

Na segunda jornada, os comandados do treinador Carlos Alhinho não foram felizes e perderam no terreno da Guiné Conakrí, por 1-3, tendo o médio Castela assinado o tento de honra.

A derrota fez repensar as estratégias da equipa técnica, para não comprometer os objectivos do almejado apuramento, uma vez que deveriam enfrentar, a seguir, o forte Mali, em Bamako, onde Angola arrancou um “agradável” 0-0, com cinco profissionais: Amadeu, Diogo, Paulão, Jony e David.

Já na última jornada da primeira volta, os Palancas Negras foram a Gaberone triunfar por 2-1, com golos de Paulão, uma vitória que animava, cada vez mais, os aficcionados do desporto rei no país.

No arranque da segunda volta, empate a dois com a Namíbia, em Windhoek, com Paulão e Quinzinho a marcarem. A seguir, Akwá começa então a montar a sua faceta de goleador, ao anotar dois golos na vitória de 3-0 sobre a Guiné Conakri, em Luanda. Outro tento foi de autoria do inevitável Paulão. 

Alves Paulo António “Paulão” nasceu a 22 de Outubro de 1969 no Bairro indígena, Namibe, actual bairro Comandante Cassanje. Morreu no dia 16 de Agosto de 2021, por doença, numa unidade hospitalar.   

Começou a sua carreira futebolística em 1989, com 16 anos no Inter do Namibe, dois anos mais tarde se transfere para o Ferrovia e a posterior em 1993 joga pelo Estrela 1º de Maio de Benguela.

Antes, em criança, iniciara as actividades desportivas no célebre projecto de futebol infantil, os “Caçulinhas da Bola”, que foi implementado na década de 1980, em quase todas as províncias do país. Suas actuações fizeram-no se transferir para o Vitória de Setúbal, em 1994, iniciando uma trajectória de oito anos no futebol português.

No país ibérico, Paulão jogaria também pelo Benfica de Portugal e Académica de Coimbra, antes de assinar com o Sporting de Espinho, então na Segunda Divisão portuguesa, em 1998. Foram 92 partidas e 21 golos marcados, com a camisa alvinegra.

Fora dos planos do Espinho, no segundo semestre de 2002, Paulão voltou a Angola para actuar no Petro de Luanda. Em 2003, foi dispensado pela equipa da capital angolana e assinou por uma temporada com o Atlético Sport Aviação (ASA), também da capital do país, tendo encerrado a carreira no ano seguinte.

Paulão, também foi homenageado no Namibe, pelo Programa Recordar é Viver da Rádio 5, conduzido pelo Jornalista Domingos Kitumba. VAB

 

 





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