Cuito – O adiamento do Campeonato Africano das Nações (CHAN 2025), reservado aos jogadores das competições internas, deve ser visto como uma chance valiosa para melhor preparação da selecção nacional de futebol, visando boa participação na competição.
Esta recomendação foi feita hoje, quinta-feira, pelos agentes desportivos da província do Bié, entrevistados pela ANGOP, a respeito da medida tomada e anunciada na última terça-feira (14/01), pela Confederação Africana de Futebol (CAF), órgão reitor da modalidade no continente.
A CAF recomendou que o CHAN, que começaria em Fevereiro, fosse transferido para Agosto do ano em curso, para a conclusão das infra-estruturas que vão albergar a prova.
Os agentes desportivos da província do Bié consideraram imperioso que a equipa técnica aproveite o adiamento para reprogramar o seu plano de acção e planificar melhor os aspectos técnicos e tácticos.
Na ocasião, os interlocutores também reagiram ao sorteio da competição realizado quarta-feira, que colocou Angola no Grupo A, ao lado do Quénia (uma das anfitriãs), Marrocos, Zâmbia e da República Democrática do Congo (RDC).
Por exemplo, o presidente da Associação Provincial de Futebol do Bié, Augusto Teles Bongue, defendeu a retomada imediata do Girabola, de modo a permitir que os atletas possam participar em jogos competitivos, antes do torneio.
“O ritmo de jogo é fundamental para a performance em competições internacionais, e quanto mais tempo tivermos para preparar a equipe, melhores serão nossas chances de sucesso", acrescentou.
Quanto ao sorteio, Augusto Teles referiu que a presença no grupo de potências futebolísticas, como Marrocos e RDC, coloca Angola em uma situação em que precisará demonstrar resiliência e capacidade táctica para competir em alto nível.
Lembrou que essas duas selecções são as mais tituladas na história da competição, com dois troféus cada.
Na visão do analista desportivo Carlos Mendes, do ponto de vista estratégico, a medida é oportuna, pois a preparação para um torneio deste nível envolve não apenas a condição física dos jogadores, mas também o entrosamento da equipa e a implementação de tácticas que se adequam ao estilo de jogo exigido para a competição.
Por isso, continuou, com mais tempo, a equipa técnica da selecção nacional deve trabalhar melhor esses aspectos, que considerou importantes, através de jogos mistos, para que Angola possa entrar no CHAN em plena forma e com uma estratégia bem definida para a sua participação exitosa.
Sobre o grupo de Angola na prova, Carlos Mendes apontou, em particular, Marrocos, como candidato, por ser conhecido pelo seu futebol técnico e organizado.
Já o adepto Afonso Agostinho espera que este período seja bem aproveitado pelo seleccionador Pedro Gonçalves para acompanhar o desempenho dos jogadores no Girabola e poder convocar aqueles que mais se destacarem.
Por outro lado, Afonso Agostinho considerou o grupo de Angola o mais complexo, por ter selecções mais com mais títulos.
Por isso, recomendou, a selecção precisará adoptar uma abordagem cautelosa, analisando as forças e fraquezas de cada adversário para maximizar suas chances de avançar para a etapa seguinte.
Para além do Quénia, o CHAN 2025 será também co-organizado pelo pela Tanzânia e Uganda.
No seu historial, o combinado angolano participa pela quinta vez numa fase final do CHAN.
A melhor prestação foi em 2011, no Sudão (medalha de prata), onde foi derrotada na final pela Tunísia, por 0-3.
Em 2016, ficou na fase de grupos, no Rwanda, em 2018, chegou aos quartos-de-final, em Marrocos, e voltou a ocupar a mesma posição, em 2022, na Argélia. VKY/PLB