Luena – Após conquistar o seu sétimo título em 2010, no CAN de Angola, cinco dos quais consecutivos, a selecção egípcia busca, a partir de sábado (13), na Côte d’Ivoire, o oitavo troféu da maior montra do futebol no continente berço da humanidade.
Semifinalista da última edição, os faraós, actualmente liderados pela “estrela” do Liverpool, Mohamed Salah, detém o estatuto de selecção mais titulada da história do Campeonato Africano das Nações em futebol, com sete conquistas, seguido-se os Camarões com cinco, e Ghana, com quatro.
Em termos históricos, os egípcios foram os vencedores da primeira edição do CAN, realizado em 1957, no Sudão, batendo na final a Etiópia por 4-0.
Esta selecção, actualmente comandada pelo técnico português Rui Vitória, voltou a sagrar-se campeã em 1959, 1986, 1998, 2006, 2008 e em 2010, no CAN organizado por Angola, batendo na final a carismática selecção do Ghana, carrasco dos Palancas Negras, nos quartos-de-final (0-1).
No trajecto de 57 anos de história do CAN, os faraós perderam três finais diante da selecções da Etiópia (4-2), Camarões (2-1) e Senegal, no desempate por penáltis, após nulo no tempo regulamentar, em 1962, 2017 e 2021, respectivamente.
Para esta empreitada, o seleccionador egípcio convocou 27 jogadores, com a participação de nove dos 11 titulares da final do CAN perdido há dois anos diante do Senegal, nos Camarões.
Entre os convocados, destaca-se a estreia do médio-centro Ahmed Nabil Kouka, de 22 anos de idade, do AL Ahly, que em Junho se evidenciou na equipa de Sub-23 do Egipto, que se qualificou para os Jogos Olímpicos de Paris de 2024, assim como disputou o Mundial de Clubes ao serviço dos egípcios.
Salah manifesta desejo do resgate do título: "Quero vencer esta competição".
Numa entrevista divulgada no site da Confederação Africana de Futebol (CAF), a estrela egípcia, Mohamed Salah, descreveu seu desejo de levar os faraós à glória do CAN`2023, após perder duas finais consecutivas.
Salah, de 31 anos de idade, admitiu que seu objectivo final é erguer o troféu para evitar mais desilusões, declarando: "quero vencer esta competição. Adoraria ganhá-la".
Luanda “testemunhou” última consagração dos faraós
Em 2010, na final da 27ª edição, disputada no Estádio 11 de Novembro, em Luanda, o Egipto conquistou o seu título pela terceira vez consecutiva e sétima no geral, ao vencer o Ghana, por 1-0, com o golo apontado aos 86 minutos, por Gedo, melhor marcador daquela competição, com cinco remates certeiros.
Os faraós já lideraram por diversas vezes a lista de melhores artilheiros do CAN, com destaque para o primeiro goleador na edição de estreia, em 1957, no Sudão, Diab Mohammed Diab El-Attar, com cinco tentos.
Dois anos depois, em 1959, em casa, os egípcios foram novamente os melhores marcadores, com Mahmoud El Gohary (três tentos) e vencendo também a competição.
Em 1962, na Etiópia foi a vez de Abdelfatah Badawi, juntamente com o etíope Mengistu Worku, com três golos cada.
Na competição do ano seguinte, 1963, no Ghana, o melhor foi Hassan El-Shazly que marcou por seis vezes.
Os egípcios estiveram também no topo em 1984, nos Camarões, quando o atacante Taher Abouzaid foi coroado com o prémio de melhor artilheiro, com seis golos.
Quatro anos mais tarde, em 1988, também no país dos "Leões Indomáveis", o Egipto inscreveu mais uma vez o seu nome na lista dos melhores marcadores, com Gamal Abdul-Hamid na liderança, com dois golos. Com o mesmo número de tentos também estiveram Lakhdar Belloumi (Argélia), Roger Milla (Camarões) e Abdoulaye Traoré (Côte d'Ivoire).
Hossan Hassan foi o mais produtivo em 1998, no Burkina Faso, com sete golos apontados. O avançado egípcio foi igualado pelo sul-africano Benny McCarthy.
Ahmed Hassan, com 184 internacionalizações, é o jogador mais internacional da competição.
Egipto organizador de cinco edições do CAN
A selecção do Magreb já organizou a maior competição de futebol do continente por quatro ocasiões, tendo vencido três CAN em casa.
Os faraós albergaram a segunda edição da competição, em 1959, em que venceram o Sudão na final, por 2-1, e voltaram a sediar o Campeonato Africano das Nações em 1974, prova vencida pela República Democrática do Congo, que "bateu" a Zâmbia na marcação de penáltis.
O Egípto voltou a albergar o CAN 12 anos depois (1986), em que venceu os Camarões no desempate por penáltis (5-4), após 0-0 no tempo regulamentar.
Em 2006 voltou a acolher a prova, vencendo na final a Côte d’Ivoire (organizador da presente edição) através da marcação de penaltis (4-2).
A última edição foi albergada em 2019, prova vencida pela Argélia ao derrotar o Senegal na final por 1-0.
Na 34ª edição do CAN, o Egipto enfrenta o Ghana, Cabo Verde e Moçambique, no Grupo B, na prova que começa sábado (13), na Côte d`Ivoire.
Lista dos convocados:
Guarda-redes: Mohamed Abou Gabal (National Bank), Ahmed El Shennawy (Pyramids), Mohamed El Shennawy (Al Ahly), Mohamed Sobhi (Zamalek)
Defesas: Mohamed Abdelmoneim (Al Ahly), Ahmed Fatouh (Zamalek), Ali Gabr, Osama Galal, Mohamed Hamdy (todos do Pyramids), Mohamed Hany (Al Ahly), Ahmed Hegazi (Al Ittihad), Omar Kamal (Future), Ahmed Samy (Pyramids)
Médios: Emam Ashour, Marwan Attia (ambos do Al Ahly), Mohamed Elneny (Arsenal), Hamdi Fathi (Al Wakrah), Mahmoud Hamada (Al Masry), Ahmed Nabil Kouka (Al Ahly), Ahmed Zizo (Zamalek)
Avançados: Mostafa Fathi (Pyramids), Mahmoud Kahraba (Al Ahly), Ahmed Hassan Kouka (Pendikspor), Omar Marmoush (Eintracht Frankfurt), Mostafa Mohamed (Nantes), Mohamed Salah (Liverpool), Mahmoud Trezeguet (Trabzonspor).
TC/YD/MC