CAN`2023: 55 anos após a primeira conquista, RDC pode repetir o feito

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  • Luanda     Terça, 06 Fevereiro De 2024    13h42  
Selecção Nacional de futebol da RDC
Selecção Nacional de futebol da RDC
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Luanda - A República Democrática do Congo (RDC) tem, de repente, uma hipótese inesperada de repetir a conquista da Taça das Nações, 55 anos depois quando defrontar, na quarta-feira, a Côte d`Ivoire, para as meias-finais do CAN`2023, às 21 horas, no Estádio Olímpico de Ebimpé.

No entanto, para chegar ao "tri" após conquistas em 1974 e 1968, a selecção congolesa terá ainda um caminho longo a percorrer. Deve ultrapassar os marfinenses (nas meias-finais) e depois o vencedor da outra meia-final entre África do Sul e Nigéria.

Apesar de estar a disputar a sua 19.ª Taça das Nações, há muito tempo que a RDC deixou de ser considerada uma força importante no futebol africano, perdendo a posição proeminente que outrora ocupou após décadas de instabilidade política e declínio económico e de infra-estruturas.

Em 1974 venceu a Taça das Nações como antigo Zaire e, no mesmo ano, participou no Campeonato do Mundo na Alemanha Ocidental como único representante do continente, mas desde então não teve qualquer sucesso e sequer se qualificou para o último torneio continental nos Camarões, há dois anos.

O plantel é formado principalmente por jogadores nascidos na Europa, mas com ascendência congolesa, reflexo do futebol africano moderno, em que as selecções nacionais valorizam muito os jogadores de clubes europeus.

Nesta 34ª edição do CAN, a RDC garantiu o passe às meias-finais após vencer, por 3-1, a Guiné, em jogo referente aos quartos-de-final.

Já a Côte d`Ivoire é uma semifinalista improvável pelo percurso “sofrível” desde a fase de grupos, onde, inclusive, consentiu goleada e esteve perto da eliminação não fosse a combinação nos resultados de terceiros.

Na fase de grupos (A), os anfitriões venceram a Guiné-Bissau (2-0), foram goleados pela Guiné Equatorial (0-4) e nova derrota com a Nigéria (0-1).

Nos oitavos-de-final eliminaram surpreendentemente o campeão em título, o Senegal, aos penáltis, por 5-4, após empate a uma bola no tempo regulamentar e prolongamento, já nos quartos-de-final, a Côte d`Ivoire eliminou o Mali, com triunfo de 2-1.

De recordar que a federação do país organizador despediu o seleccionador, o francês Jean-Louis Gasset (foi substituído pelo adjunto Ghislain Printant), depois de ter o apuramento em risco.

Só na última ronda da fase de grupos, com os resultados dos grupos E e F, soube que passaria como o último melhor terceiro colocado.

Na outra meia-final, às 18 horas do mesmo dia, defrontam-se África do Sul-Nigéria, no Estádio da Paz, em Bouaké.

África do Sul acabou por eliminar Cabo Verde aos penáltis (2-1), após nulo no tempo regulamentar.

Na decisão, a partir da marca dos onze metros, Cabo Verde só marcou uma das cinco grandes penalidades e perdeu a hipótese de estar, pela primeira vez, entre os semifinalistas, tal como aconteceu a Angola na véspera, após ser derrotada pela Nigéria.

E os sul-africanos bem podem agradecer a inspiração do guarda-redes Ronwen Williams, que impediu por mais de uma vez que os 'tubarões azuis' chegassem ao golo, como fez aos 90+2 ao defender um forte remate de Gilson Benchimol (jovem avançado do Benfica B), forçando o empate a “zero”, para depois bloquear quatro penáltis na decisão.

Já a África do Sul volta, 24 anos depois, a marcar presença nas meias-finais, depois de ter vencido a competição em 1996 (frente à Tunísia) e ter sido finalista vencida em 1998 (o Egipto sagrou-se campeão). MC

 





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