Luanda - O ex-basquetebolista da selecção nacional, Miguel Lutonda, afirmou hoje (sábado), em Luanda, que o estado actual do basquetebol nacional não é dos melhores nos últimos anos e que precisa de reajustes.
Numa entrevista perfil que concedeu à ANGOP, a ser publicada brevemente na íntegra, Miguel Lutonda defende mudança de paradigma para voltar à hegemonia de outros anos, em que Angola acumulou 11 troféus africanos, boa parte dos quais consecutivos.
Neste raciocínio, apontou fundamentalmente a formação de treinadores como o caminho certo, além de outros elementos inerentes como infra-estruturas comunitárias e maior aposta em escolas de formação.
Para o “General”, apelido ganho pela sua dedicação aos treinos e imposição em campo, o país possui capital humano que lapidado, por via de programas de massificação, permitiria colher frutos para o sector federado e depois para às selecções nacionais.
Nove vezes campeão nacional pelo 1.° de Agosto e várias vezes indicado MVP pelo clube “militar” e pelas selecções nacionais, Lutonda apontou ainda a descentralização como caminho para o resgate das conquistas anteriores em África, iniciadas em 1989.
Frisou que a praça do basquetebol angolano não deve restringir-se às cidades de Luanda e de Benguela, acrescentando ser necessário descentralizar e criar condições para que outras províncias também evoluam.
Por isso, o actual treinador-adjunto dos “hendecampeões” africanos defende a construção de uma Academia Nacional de Basquetebol como ocorre em outros países africanos, como a Nigéria, o Egipto, a Tunísia e o Sudão do Sul.
De acordo com a fonte da ANGOP, os países que citou têm feito grandes investimentos particularmente na modalidade, estando actualmente entre as maiores potências do continente.
O Afrobasket que Angola vai organizar em 2025, segundo ele, trata-se de uma oportunidade para o regresso ao título dado a qualidade de jogadores que surgem a cada dia dentro e fora do país, destacando o Bruno Fernando, a evoluir no Toronto Raptors, da NBA.
No entanto, para o alcance de tal desiderato, Lutonda acha que a concentração da selecção deve acontecer ao menos três meses antes e com estágios bem definidos, para fortalecer competitivamente os jogadores e unificar o grupo.
“Dever ser um trabalho árduo, porque os outros países também apostam. Seria bom Angola resgatar o título continental numa altura em que completará 50 anos da independência nacional”, frisou.
Miguel Lutonda iniciou-se no clube da Nocal, evoluindo depois no Atlético Sport Aviação "ASA". Neste último conquistou dois campeonatos nacionais, tendo Nuno Teixeira como treinador.
Este base de qualidade quase ímpar em Angola e em África, conquistou nove títulos nacionais, oito Supertaças, sete Taças de Angola pelo 1.° de Agosto, além de oito Taças Africana de Clubes. BSV/MC