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Basquetebol: Cláudio Eiuba almeja distinção de melhor árbitro mundial

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  • Huambo • Terça, 19 Setembro de 2023 | 10h06
Árbitro internacional de basquetebol, Cláudio Eiuba
Árbitro internacional de basquetebol, Cláudio Eiuba
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Huambo – O árbitro de basquetebol da província do Huambo, de categoria internacional, Cláudio Anderson Eiuba, definiu a conquista do prémio de melhor juiz de uma das competições mundiais como o principal objectivo da carreira.

Em entrevista à ANGOP,  sobre a sua carreira profissional, único árbitro internacional da província do Huambo disse que tem como meta ser reconhecimento como melhor árbitro de uma competição mundial.

Explicou que a concretização deste objectivo visa cumprir o dever patriótico de, por via do desempenho pessoal, representar o país da melhor forma e, por conta disso, elevar o nome de Angola ao mais alto nível da arbitragem basquetebolista mundial.

Cláudio Eiuba, com seis anos de experiência internacional, afirmou que quando um árbitro é nomeado para uma competição internacional, o assunto já não é pessoal, mas sim da Nação, impondo, por isso, um dever de  representar o país da melhor maneira possível e com maior dignidade, por que lhe foi confiada esta responsabilidade.

“É por conta disso, que almejo um dia ser reconhecido como bom árbitro em competições mundiais", rematou, ao salientar que tem noção da elevada responsabilidade que carrega sobre si, focada no dever a cumprir como árbitro internacional e que, para tal, procurará trabalhar o máximo possível para representar o país, de forma condigna.

Disse estar, igualmente, ciente dos desafios que terá para alcançar o tão desejado objectivo de ser distinguido como melhor do mundo, sendo um dos quais, de apitar as fases finais de um Campeonato do Mundo e ou dos Jogos Olímpicos.

Essas duas principais provas da modalidade são as que faltam no seu currículo, como árbitro internacional, assim como de um Afrobasketl sénior masculino, não obstante já ter ajuizado as partidas nas etapas de apuramento para as mesmas competições.

Nesta conformidade, prometeu continuar a trabalhar ao máximo, para elevar as suas competências, no sentido de aproveitar todas as oportunidades que aparecerem para estar nestes palcos e  apitar, da melhor forma possível, nas mesmas provas , para efectivar o desejo de constar na lista restrita dos distinguidos como melhores juízes do mundo.

Inicio da carreira

Antigo praticante da modalidade pelo Petro do Huambo, nos escalões de formação (iniciados, juvenil e júnior), disse ter iniciado a carreira como árbitro em 2006, na altura, por impossibilidade de continuar como atleta, por falta de equipas seniores na província.

“Na àquela altura, como já tinha atingido a idade sénior, parei de jogar por falta de equipas deste escalão na província do Huambo. Por não querer deixar o basquetebol, decidi abraçar a arbitragem”, explicou.

Disse ter abraçado a nova profissão a convite do seu antigo treinador, por notar uma certa inclinação para a arbitragem, por lhe ter substituído, por várias vezes, ainda como atleta, no apito para ajuizar os jogos treinos entre os colegas, chamados “peladinhas”.

No mesmo ano, continuou, surgiu a oportunidade de participar num dos cursos de árbitros, oficiais de mesa, treinadores e estatísticos, organizados, na província do Huambo, pela Federação Angolana de Basquetebol.

Já em 2010, disse ter apitado, a convite do antigo presidente da Associação provincial local de Basquetebol, Domingos Malaquias, por saber da sua formação como árbitro, o jogo de um torneio provincial, tendo superado as expectativas da organização que, em função disso, encorajaram-no a continuar com mais empenho a carreira, numa altura em que, apesar dos conhecimentos, se dedicava pouco.

Ainda fruto do bom desempenho, acrescentou, o antigo presidente da Associação Provincial de Basquetebol do Huambo solicitou à Federação Angolana da modalidade no sentido de passar a contar com ele na lista dos juízes para as suas provas, por reconhecer, nele, qualidades para o efeito.

Por conta disso, estreou-se, no mesmo ano, nos nacionais de iniciados e cadetes, realizados em Benguela. Daí por diante começou a receber alguns elogios dos treinadores e dirigentes do órgão reitor da modalidade, para além de ser encorajado a continuar.

Seis anos depois, em 2016, informou ter recebido a primeira distinção da carreira, como melhor árbitro do Campeonato Nacional de basquetebol sénior masculino, (BIC BASKET) e no ano seguinte (2017) atingiu a categoria de árbitro internacional.

A nível internacional, tem o registo de participação em mais de 20 provas, desde Afrobasket, Liga dos Clubes Campeões de África, jogos da SADC e da CPLP, Liga Africana de basquetebol  (BALL), qualificações para Campeonato Mundial e Jogos Olímpicos.

Apesar deste feito, Cláudio Eiuba considera, ainda, não ter conquistado tudo na arbitragem e perspectiva vários objectivos por alcançar, embora entenda estar no bom caminho.

Disse que depois da arbitragem, tenciona ser comissário, por ser um árbitro fora da quadra e que tem como responsabilidade a coordenação da equipa de oficiais na mesa de júri.

“Deste modo, continuaria a ser árbitro, porque não me vejo fora desta actividade.   A arbitragem e o basquetebol, no geral, são uma paixão para mim”, enfatizou.

Vontade e amor pela modalidade superam dificuldades

Revelou ter enfrentado, no princípio da carreira, inúmeras dificuldades que quase o levaram a desistir da arbitragem, mas a vontade e o amor pela modalidade sempre falaram mais alto.

“Eu pratico o basquetebol por vontade e amor. E como tem se dito, quando se fazem as coisas por amor, superam-se todas as dificuldades que podem nos obrigar a desistir e comprometer o nosso sucesso”, salientou.

Adiantou que as dificuldades persistem até ao momento, tendo apontado a falta de um campeonato de alta competição na província, para fazer face às exigências, na qualidade de árbitro de categoria internacional, como o principal obstáculo.

Tal situação, de acordo o árbitro, tem exigido dele, o redobrar de esforços para estar à altura que se pretende para as competições de alto nível.

A título de exemplo, apontou o Campeonato Nacional sénior masculino de basquetebol (UNITEL BASKET), que impõe um nível elevado de exigência que, para os árbitros das províncias que não têm competições de alto nível, acaba por ser uma dificuldade enorme para poderem se adequar ao contexto e que, para o efeito, deverão esforçar-se ao máximo.

Para o seu caso, explicou que tem adoptado vários métodos de preparação, como perder noites, assistir vários jogos, leitura do material, praticar muitos exercícios físicos, entre outros aspectos.

Distinção de melhor árbitro do BIK BASKET

Entre os vários momentos marcantes da carreira como árbitro do basquetebol, Cláudio Anderson Eiuba guarda na memória, com muito orgulho, a distinção, pela primeira vez, em 2016, como melhor árbitro do Campeonato Nacional sénior masculino de basquetebol (BIC BASKET)

Sublinhou que a distinção inscreveu, de forma indelével, a sua carreira, apesar de ter outros momentos marcantes, sobretudo, como árbitro internacional.

“Este foi o primeiro na minha carreira e, por este facto, marcou bastante a minha carreira como árbitro de basquetebol”, justificou.

Fontes de inspiração

Como árbitro internacional, Cláudio Eiuba diz ter muitos colegas como referências e que têm servido de fontes de inspiração, para alcançar sucessos profissionais.

Dentre os quais, indicou os angolanos Soares de Campos, Fernando Pacheco Baganha, Carlos Júlio, António Bernardo, este último seu professor de arbitragem, que, apesar de serem colegas, continua a ser o seu mentor.

Paralelamente a inspiração dos colegas, Cláudio Anderson Eiuba destacou o papel incondicional da família, para quem tem sido a base fundamental da carreira, sobretudo, nos momentos mais difíceis, para além dos amigos e companheiros de trabalho, que muito apoio têm dado.

A par de árbitro profissional, o também oficial do Serviço de Investigação Criminal (SIC-Huambo) afirma que as duas profissões convergem e ajudam a conciliar as tarefas.

“Parecendo que não, a arbitragem e a investigação criminal têm algo em comum, que é a necessidade de se estabelecer ordem. No SIC uma das nossas atribuições é a ordem, a segurança e a tranquilidade públicas e na quadra é a mesma coisa, fazer cumprir as regras e as leis do basquetebol, daí o ponto de convergência, o que acaba por facilitar o cumprimento das duas funções, porque trabalhamos nos dois lados com a mesma disciplina e dedicação”, referiu.

Ainda em termos de apoios, referiu a sensibilidade dos superiores hierárquicos, nas duas profissões, como outro factor determinante.

Responsabilidade social

Para quem atingiu a categoria de árbitro internacional, não sobram dúvidas de que abraçar projectos de responsabilidade social fazem parte dos seus planos.

Cláudio Eiuba pondera a implementação de um projecto de formação desportiva sobre o basquetebol, quer de futuros atletas, como de árbitros, com o objectivo de formar novos potenciais da modalidade, tanto a nível da província, como a nível do país, em geral.

Disse estar disponível para partilhar experiência de trabalho, pois está, neste momento, a depender apenas de dinheiro e espaço, para a efectivação do projecto.

“A partilha de conhecimento que tenho adquirido nas minhas participações em competições internacionais constitui o maior contributo que daria para o país, enquanto um dos árbitros internacionais, de modo a ajudar outros jovens a trilharem o mesmo caminho e a serem mais capacitados a altura dos desafios actuais da modalidade”, disse.

Governo enaltece trajectória de Cláudio Eiuba

A trajectória do árbitro Cláudio Anderson Eiuba, ao longo da sua carreira, ao ponto de atingir a categoria internacional, foi enaltecida pelo director do gabinete local da Cultura, Turismo, Juventude e Desportos, Jeremias Piedade Chissanga.

Para o responsável, tal feito representa uma conquista inédita na história da arbitragem do basquetebol e do desporto, em geral, da província, embora já tenha sido alcançada na vertente da prática do basquetebol, pelos atletas que chegaram ao mais alto nível da modalidade a nível mundial, como Benjamim Avó, Bi Figueiredo, Tininha Suquete, Tininha Walaca, Tute, entre outros.

Esses feitos, indicou, representam que a província, tradicionalmente, ligada ao basquetebol, atingiu o mais alto nível, daí a necessidade de se aproveitar ao máximo, para que o Huambo continue a estar “na mais alta ronda” da modalidade.

Para manter esta hegemonia, apontou várias estratégias, como a inserção, junto à Associação provincial de Basquetebol, de um campeonato competitivo no Huambo, para que os árbitros ganhem visibilidade de ascenderem à categoria nacional e, por conta disso, atingirem a internacional.

O responsável perspectiva um bom desempenho do árbitro Cláudio Anderson Eiuba, bem como a transmissão dos seus conhecimentos aos profissionais da província e demais aspirantes.

Por sua vez, o analista de basquetebol Evaristo Muholgo, considerou Cláudio Eiuba como um bom profissional que, no exercício da sua missão, tem sabido decidir no momento certo.

Referiu que actuação como árbitro internacional, para além de elevar a província e o país ao mais alto nível, vai incentivar os demais jovens a abraçar a profissão e, por conta disso, promover o desenvolvimento do basquetebol e do desporto na região.

Curriculum Profissional

Cláudio Anderson Eiuba, de 36 anos de idade, natural do Huambo, fez a sua estreia como árbitro internacional, em 2018, nos jogos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em São Tomé e Príncipe.

No mesmo ano apitou nos jogos da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral  (SADC), no Botswana, o Afrobasquet masculino em sub-16, em Cabo Verde, a Liga dos Clubes Campeões Africanos em feminino, realizado em Angola, e na janela de apuramento para o Mundial 2019, no Senegal.

Em 2019, participou no Campeonato Africano feminino, realizado no Egipto, sendo que 2021, apitou no Afrobasket sénior feminino, nos Camarões, no apuramento para Liga Africana de basquetebol  (BALL), na África do Sul, bem como no apuramento para o Afrobasket sénior masculino, na Tunísia e Ruanda.

Em 2022 foi um dos juízes da BALL, apuramento para edição 2023, realizado no Senegal e Tanzânia, e das janelas de apuramento ao Mundial sénior masculino da China, cujas partidas foram disputadas em Angola, Egipto e Senegal.

Consta, ainda, do seu currículo, entre várias provas, a sua participação, este ano, no Afrobasket feminino, no Rwanda, BALL 2023, Senegal, e nas qualificações para os Jogos Olímpicos França-2024, decorridas da Nigéria. VKY/ALH

 





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