Luanda - Angola beneficia de uma pista de tartan da Federação Internacional de Atletismo (FIA), a ser aplicada, ainda este ano, no projecto Olimpáfrica, em Viana, anunciou recentemente à ANGOP, em Luanda, o presidente da Federação Angolana da modalidade, Bernardo João.
Explicou que o facto se deu na sequência de um concurso público, organizado pelo órgão internacional entre o mês de Maio e Junho, com a participação 36 países africanos.
Sem avançar os nomes dos países concorrentes e nem os critérios de avaliação do sorteio, Bernardo João disse apenas que a pista deve chegar ao país proximamente para posterior montagem.
“A FIA notificou Angola pela vitória do concurso público e a federação comunicou o facto ao Ministério da Juventude e Desportos e ao Comité Olímpico Angolano, proprietário do imóvel em construção”, frisou.
Com a concretização da montagem da pista, Angola passará a contar com duas infra-estruturas equipadas para a prática do atletismo, depois da existente no estádio dos Coqueiros, apesar do seu estado sugerir substituição após longos anos de uso.
Angola albergou o Campeonato Africano de futebol em 2010 e, por conta disto, foram construídos quatro estádios, mas nenhum possui pista de atletismo.
Trata-se dos estádios 11 de Novembro, em Luanda, Tundavala (Huíla), Ombaka (Benguela) e Chiazi (Cabinda).
Enquadramento:
O Complexo Olimpáfrica, localizado na Vila de Viana, vive momentos de longas paragens na sua fase de construção. A obra, reiniciada em 2015, seria concluída em 2020, mas sucessivas falhas levaram que se estipulasse 2024 como nova data limite.
Na sequência, a direcção do COA já aventou a hipótese de solicitar a sua inclusão no Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM).
A maquete do Olimpáfrica contempla quadras poliesportivas, anfiteatro, campo de futebol relvado, pista de atletismo, zonas de serviços, parque infantil e um ATL.
Prevê ainda uma escola de 12 salas de aula, três pavilhões para modalidades de lutas, basquetebol, andebol, voleibol, futsal, uma piscina de 25 metros e uma pista de atletismo.
O espaço, em construção numa área de um hectare, encontra-se em estado de abandono.
As obras das salas de aula estão em ruínas e da pista de atletismo de terra batida nem mesmo o alinhamento é visível.
Quanto ao valor da empreitada, a ANGOP apurou que se estimava em mais de dois milhões de dólares americanos, embora outras verbas tenham sido cabimentadas em montantes publicamente desconhecidos.
O processo para a edificação daquele que pode ser o maior investimento desportivo comunitário em Angola nem sempre tem sido do conhecimento público em relação aos valores envolvidos.
Dados disponíveis indicam, por exemplo, que na fase embrionária do processo o COA beneficiou de um financiamento da Cooperação Francesa em Angola, cujo montante e aplicação não foram suficientemente explicados.
De lá para cá, foram disponibilizadas outras verbas por parte do Ministério da Juventude e Desportos (MINJUD), do COI e de parceiros, sem que se tenham registado avanços significativos na obra.
JAD/MC