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Angola conta com 23 atletas titulados pela FIDE      

     Desporto              
  • Luanda • Segunda, 18 Julho de 2022 | 15h14
Uíge aposta na massificação do Xadrez (ilustração)
Uíge aposta na massificação do Xadrez (ilustração)
Marcelino Camões - Angop

Luanda - Em 43 anos de existência, a Federação Angolana de Xadrez (FAX) regista 23 atletas graduados pela Federação Internacional (FIDE), numa altura em que a aposta é o título de Grande Mestre (GM).

A obtenção do maior grau a nível da modalidade nunca esteve tão próxima por parte dos angolanos, mas ainda têm  um caminho a trilhar para alcançarem tal desiderato. 

Os Mestres Internacionais (MI) David Silva, com Rating Elo (força de jogo) de 2379, e Esperança Caxita (1843) são os atletas mais próximos de conseguirem este feito, que seria inédito para o país.

A FIDE estipula, para o efeito, a marca de 2500 pontos mínimo e 2600 máximo para os masculinos, e 2300 mínimo e 2400 máximo em femininos.

No entanto, o que parece fácil tem se revelado difícil, segundo o vice-presidente da FAX, António Assis, que alega dificuldade financeira decorrente do valor irrisório que a federação recebe do Ministério da Juventude e Desportos.

O responsável federativo aponta, também, a falta de parcerias com empresas nacionais e estrangeiras que podiam patrocinar a participação dos principais activos em provas internacionais, com base num programa de curto prazo, para que os xadrezistas em causa tenham  sucesso. 

Enquanto isso, em recente entrevista à ANGOP, esperança Caxita lamentou a situação e defendeu a atribuição de uma bolsa de estudo, preferencialmente num país da Europa, onde o jogo ciência é evoluído.

Disse que na condição de bolseira (estudante e atleta) facilmente alcançaria o objectivo, acontecendo o mesmo com outros atletas.        

Segundo o MI Eugénio Campos, a obtenção do título de Grande Mestre passa por uma programação sustentada pela FAX, transcendental à participação em Campeonatos Africanos, do Mundo e Olimpíadas.

O bicampeão africano (1994 - Ilhas Seychelles) e Angola (1996) indicou como solução a participação regular em torneios internacionais, com atletas de elevada força de jogo, para acumulação de pontos, tendo em conta o estipulado pela federação internacional, e não esperar pela sorte como até à data.

Reconheceu, no entanto, o trabalho que a FAX tem realizado  fruto do qual surgem talentos, citando como exemplo os xadrezistas Jemima Paulo (16 anos) e Alexandre Próspero (18 anos) que conseguiram recentemente o título de Mestre FIDE.

Manuel Mateus (Dínamos) foi o primeiro angolano a obter o título de MI, em 1987, no Campeonato Africano da Zona 4.5, que Angola organizou na capital Luanda. 

Dois anos depois (1989), Nelson Ferreira (Cuca) obteve o mesmo feito (MI) no Campeonato Africano de juniores, que também teve como palco a capital do país.

Armindo Sousa, da Nocal (1990), tornou-se no terceiro MI, nas Ilhas Seychelles.

Em femininos, o título coube a Esperança Caxita, do 1º de Agosto (2014), aos 14 anos, no Campeonato Africano de juniores, em Tiaret (Argélia).

Dois anos depois (2016), na mesma competição, Maria Domingos, da Escola Mentes Brilhantes, conseguiu igual proeza, no africano das Ilhas Seychelles.

Lista de Mestres Internacionais:

Masculinos:

Manuel Mateus (1987), Nelson Ferreira (1989), Alexandre Nascimento (1990), Armindo Sousa (1995), Adérito Pedro (1996 - já falecido), Eugénio Campos (1997), Amorim Agnelo (1998), Valdemiro Pina (1999), Erikson Soares (2011), David Silva (2014), Luciano Oliveira (2018) e Catarino Domingos (2019).

Em femininos:

Esperança Caxita (2014) e Maria Domingo (2016)

Mestres Fide:

Masculinos:

Aristóteles Ramos (1989), Domingos Júnior (2016), Sérgio Miguel (2020), João Francisco, Ediberto Domingos e Alexandre Próspero (2022).

Femininos:

Luzia Pires (2015), Ednásia Júnior (2016) e Jemima Paulo (2022).





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