Luanda - Ao menos 70 treinadores serão formados de três a sete de Dezembro, em Luanda, no âmbito do desenvolvimento do “Special Olympics”, uma organização internacional criada para inserir na sociedade pessoas com deficiências intelectuais por via do desporto.
Esta acção resulta da assinatura de um protocolo de cooperação assinado terça-feira entre os presidentes dos Special Olympics de Angola, Jean-Jacques da Conceição, e da Confederação Africana da especialidade, Charles Nyambe.
A cerimónia contou com a autorização e testemunho do Ministério da Juventude e Desportos, liderado por Rui Falcão, em acto decorrido na sede da instituição reitora do desporto e da juventude no país.
Durante o período de formação, os técnicos serão especializados com metodologias, regras tendo em conta as características especiais dos atletas nas modalidades de atletismo, basquetebol, futebol, ginástica e natação.
De acordo com o presidente do Special Olympics de Angola, Jean-Jacques da Conceição, esta formação vai permitir o desenvolvimento efectivo da prática desportiva no seio destes desportistas com deficiência intelectual.
O objectivo, de acordo com o antigo basquetebolista, é massificar as actvidades nas diferentes modalidades visando a realização de competições nacionais e internacionais.
Disse tratar-se do ponto mais alto que o Special Olympics de Angola atinge desde a implementação do projecto no país, em 2022.
De acordo com o interlocutor, Angola já tem o ténis de mesa bem encaminhado e nos próximos tempos poderá iniciar-se com a organização de provas internas.
Por sua vez, o Presidente da Confederação Africana de Special Olympics, Charles Nyambe, afirmou que o protocolo de cooperação permitirá o treinamento de técnicos, esperando-se que se atinja os melhores resultados no processo de prendizagem.
Explicou que a primeira fase do projecto prevê trabalhos inclusivos entre atletas com ou sem deficiências de forma unificada, para evitar possíveis comportamentos de “bullying” e melhorar o entrosamento dos praticantes na sociedade.
Em Angola, o Special Olympics foi lançado em 2022 dentro de um programa de desenvolvimento desportivo de inclusão social, liderado pelo Ministério da Juventude e Desportos.
Dados do Ministério da Educação revelam que até 2019 existiam no país 33.612 estudantes no subsistema de ensino especial, matriculados em 795 escolas, sendo 20 especiais e 775 inclusivas.
No mundo, este movimento iniciou em 1968, nos Estados Unidos da Amárica (EUA).
O Special Olympics é uma organização internacional criada para apoiar as pessoas com deficiências intelectuais visando desenvolver a sua autoconfiança, capacidades de relacionamento interpessoal e sentido de realização.
Entre outros, a Special Olympics realiza os Jogos Mundiais com periodicidade bianual, alternando entre Jogos de Verão e Jogos de Inverno.
Recorde-se, em Angola existe outra instituição, o Comité Paralímpico Angolano (CPA) que responde pelo desenvolvimento do desporto no seio das pessoas com deficiências.
Criada em 10 de Novembro de 1994, a organização movimenta as modalidades de atletismo, futebol para amputados, basquetebol em cadeira de rodas e halterofilismo.
Tem em perspectiva o lançamento do voleibol em pé e sentado, o goalball, o ténis e o relançamento da natação. JAD/MC