Luanda – Em dia do 46º aniversário da fundação do clube desportivo 1.º de Agosto, o presidente de direcção, Carlos Hendrick, avaliou o momento actual da agremiação, com destaque para as infra-estruturas.
O líder do clube “militar” afirmou que as questões desportivas, sobretudo das infra-estruturas, foram todas resolvidas, realçando estar apenas preocupado com a sucessão na agremiação que lidera desde 2011.
Em entrevista ao Jornal dos Desportos, por ocasião da efeméride que hoje se assinala, disse que a grandeza do 1.º de Agosto é consequência do trabalho árduo e da entrega de todos os que passaram pela direcção desde a sua fundação, em 1977.
Referiu que o seu elenco conseguiu gerir o clube por conta, também, da melhoria económica do país quando foi eleito, estando já no seu segundo mandato.
Quanto às infra-estruturas, o clube conta com o estádio “França Ndalu, pavilhão para modalidades de sala, piscinas, academia e outras quadras de jogos espalhadas pelo Complexo Desportivo do Miramar, no ex-RI/20 (quartel-general) e no Comité Desportivo Nacional Militar (CODENM), na Maianga.
A colectividade, que já conquistou títulos nacionais e continentais, movimenta o futebol, basquetebol, andebol, canoagem, judo, karate, atletismo, natação, pesca, taekwondo, ténis de mesa e xadrez.
Entre os presidentes da agremiação, destaca-se Santana André Pitra "Petroff", Pedro de Castro Van-Dúnem ‘’Loy’’, Iko Carreira, Justino Fernandes, Melo Xavier, Pedro Neto, Raúl Hendrick e o actual Carlos Hendrick.
No quadro das festividades, foi promovida, esta terça-feira (01 de Agosto), uma palestra sobre a essência do clube, desde o seu surgimento em 1977.
A fundação do Clube Desportivo 1.º de Agosto deveu-se a uma estratégia de fomento e desenvolvimento do desporto definida pelas então Forças Armadas Populares de Libertação de Angola - F.A.P.L.A., por via do Comité Desportivo Nacional Militar – CODENM.
Actual situação do clube
Envolto em problemas financeiros desde 2021, altura em que o Ministério das Finanças reduziu a verba mensal atribuída ao grémio de kz 900 milhões para kz 200 milhões, a gestão não tem sido pacífica.
Tal situação tem se repercutido, não só na conclusão das infra-estruturas, como na gestão e manutenção das modalidades, fundamentalmente o futebol, andebol e basquetebol.
Pagamentos em atrasos, prémios de jogos e contratos por cumprir sugerem um 1.º de Agosto descapitalizado na proporção das necessidades e incapaz de travar uma onda de descontentamento por parte de funcionários e atletas.
Edson Ndoniema, Islando Manuel “Papá Ngulo” e Gildo Santos (atletas de basquetebol) são exemplos disso mesmo, numa altura em que até greve foi registada na colectividade aniversariante.
A equipa de futebol do 1.º de Agosto prepara a presente época (2023-24) nas suas instalações (Cidade Desportiva), decisão encarada pela sociedade como sendo forçada se comparada ao período anterior em que os estágios eram todos feitos no exterior do país.
O facto de a equipa ter o compromisso de participar na Liga dos Campeões, além das provas domésticas como a primeira edição da Liga de Futebol de Angola (ex-girabola), Taça da Liga e Supertaça, são razões, segundo raciocínio popular, de que a preparação devia ocorrer no exterior do país, dada a importância das competições.
Carlos Hendrick terá ainda que encontrar uma nova data, depois da primeira ter sido inviabilizada, para a realização da Assembleia-geral ainda este ano, onde o seu desempenho durante os dois mandatos será escrutinado sob condição ou não de continuar à frente dos “Rubro-Negros”. FN/MC