Luanda – A directora-geral do Instituto Nacional de Biodiversidade e Conservação Ambiental, Albertina Nzuzi, sublinhou, hoje, quinta-feira, que o aumento de tráfico de vida selvagem tem preocupado Angola e muitos países, internacionalmente.
A responsável fez essa declaração na abertura do workshop sobre tráfico de vida selvagem, dirigido a técnicos aduaneiros da Administração Geral Tributária (AGT).
Na ocasião, informou ser necessário haver mais protecção e valorização da vida selvagem porque a biodiversidade constitui um dos vectores fundamentais da política de sustentabilidade ambiental, com maior incidência aos recursos naturais.
“Nesta senda, urge a capacitação de recursos humanos suficientes, capazes de dar respostas no combate ao crime do tráfico da vida selvagem” disse a directora do Instituto Nacional de Biodiversidade e Conservação Ambiental.
Segundo Albertina Nzuzi, a caça furtiva envolve grupos de criminosos que pensam em tirar lucros fáceis com os animais, pelo que deve existir uma maior atenção e protecção especial desses seres vivos que mais sofrem com a caça, e evitar-se, assim, a extinção de espécies como o elefante, pangolim, papagaio cinzento, leão e a palanca negra.
A responsável frisou que, mesmo com o défice de recursos humanos, existem programas para travar a caça furtiva no país, sendo a principal a capacitação de profissionais do Ministério Público, PGR, SIC, PN e da AGT, actividade desenvolvida em parceria com a "Traffic", uma organização internacional de protecção da vida selvagem”.
Das medidas identificadas para travar a caça furtiva constam ainda a elaboração e aprovação da Lei dos Crimes Ambientais relacionados com a fauna e a flora selvagem, a Lei Base das Florestas e a Lei da Caça, a integração do Direito Penal Ambiental no sistema de ensino e a sua tradução para as línguas nacionais, bem como a educação ambiental nas línguas nacionais.
O "workshop aduaneiro" sobre Tráfico de Vida Selvagem vai durar de dois dias, abordando temas como "Identificação de Espécies e Formas de Transportação", “Combate ao Comércio Ilegal da Vida Selvagem em Angola" e "Estudos de Casos Práticos Aduaneiros Sobre Crimes Contra a Vida Selvagem".
Nele, estão a participar técnicos aduaneiros das províncias de Luanda e de Benguela. SL/MDS/ART