Menongue - O director do Gabinete Provincial do Ambiente, Gestão de Resíduos e Serviços Comunitários no Cuando Cubango, Júlio Bravo, anunciou esta terça-feira o reforço, no princípio de 2022, da actividade de protecção e preservação da fauna e da flora, através de 300 novos fiscais ambientais.
Actualmente, o Cuando Cubango conta apenas com 135 fiscais, insuficientes para travar o fenómeno da caça furtiva, considerada bastante preocupante na região.
Os novos fiscais foram seleccionados para os municípios com maior índice de caça furtiva, concretamente Rivungo, Mavinga, Dirico, Cuito Cuanavale, Nankova, Menongue e Cuchi.
Júlio Bravo falava durante a conferência de imprensa de balanço da operação Paz na Natureza, levada em conjunto com as forças da defesa e segurança.
Durante esta operação, que teve início no dia 23 do mês em curso, foram apreendidos 54 peças de carne da caça furtiva, com destaque para 35 de Bambi-comum, dez de Nussi, bem como pele de Leopoldo, entre outras espécies.
Foram ainda confiscadas três armas de tipo caçadeira, desactivadas 204 armadilhas artesanais, cujos supostos autores encontram-se foragidos até ao momento.
Os actos aconteceram na localidade de Manhanga (zona do Kuatir), a mais de 60 quilómetros a leste da cidade de Menongue, capital do Cuando Cubango.
A carne da caça furtiva tem sido comercializada nos mercados informais de Menongue e em outras regiões do país.
Já o porta-voz do Comando da Polícia Nacional no Cuando Cubango, superintendente-chefe Augusto Tomás, informou que a apreensão das peças e de outros meios resultou da denúncia de populares.
Explicou que algumas autoridades tradicionais têm estado a cooperar com os caçadores furtivos e que os mesmos serão prontamente desmantelados.
Nesta altura, assegurou, as forças de defesa e segurança, em colaboração com o gabinete do ambiente, têm igualmente privilegiado o trabalho pedagógico, ao invés do coercivo, sensibilizando a população, as autoridades tradicionais, alunos de diversas escolas para a consciencialização sobre a importância do meio ambiente e o perigo que representa a caça furtiva e outros fenómenos.
Sem quantificar, Augusto Tomás referiu que ao longo do ano em curso muitos cidadãos foram detidos por esta prática da caça furtiva e comercialização da carne.
Quanto às autoridades tradicionais implicados nesta prática, ainda foram identificados.