Huambo – A secretária de Estado para a Ciência, Tecnologia e Inovação, Alice de Ceita e Almeida, apelou às instituições do ensino superior para uma maior proactividade na investigação dos meios de prevenção e mitigação das alterações climáticas.
A responsável falava, esta sexta-feira, no prosseguimento do Fórum de Diálogo academia/sociedade no sector agro-pecuário, aberto quinta-feira, numa iniciativa da Universidade José Eduardo dos Santos, no quadro do Programa de Apoio ao Ensino Superior (UNI.AO).
Secretária de Estado afirmou que as alterações climáticas têm um impacto negativo particular para o sector agro-pecuário, pois constituem as principais ameaças da sociedade, com implicações em todas as dimensões do desenvolvimento sustentável, exigindo, deste modo, o reforço das acções de investigação e inovação no conhecimento científico, com foco na luta contra as causas e efeitos a nível do país.
Para o efeito, disse que as instituições do ensino superior são chamadas, no quadro das suas responsabilidades, a desenvolver mais trabalhos de pesquisa e investigação sobre os métodos e medidas de prevenção, mitigação e controlo dos efeitos do fenómeno natural.
Sublinhou que a desertificação, os incêndios florestais, a erosão e o empobrecimento dos solos, a redução dos recursos de água, a sobre exploração e a perda de biodiversidade constituem sinais inequívocos da urgência do desencadeamento de actividades que ajudem a fazer um uso eficiente dos recursos naturais e, ao mesmo tempo, assegurar a integridade do meio ambiente, como factor de desenvolvimento socioeconómico do país.
Segurança alimentar e meio ambiente
Na ocasião, a secretária de Estado fez saber que a preocupação pela segurança alimentar e meio ambiente constitui um dos aspectos prioritários do Ministério do Ensino Superior, Ciência, Tecnologia e Inovação, de modo a acelerar a transição tecnológica, promovendo uma economia sustentável que permita enfrentar os desafios ambientais, económicos e sociais.
Acrescentou que estes desafios estão relacionados com a produção e a gestão sustentável da agricultura, da pecuária, dos recursos florestais, cadeia agro-alimentar, protecção dos cultivos agrícolas, da saúde e do bem-estar animal, da produção e transformação de biomassa e a mitigação e adaptação às alterações climáticas.
Disse estarem relacionados, igualmente, com a demanda crescente de alimentos mais saudáveis, seguros e de maior qualidade e de bioprodutos de uso energético.
Por isso, acrescentou, o sector agro-pecuário nacional deve ter como visão ser líder em produtos que se destaquem pela qualidade nutricional e segurança alimentar, apostando nas características únicas e diferenciadoras dos produtos agro-pecuários nacionais, baseadas numa forte componente de investigação e desenvolvimento.
Fórum de Diálogo academia/sociedade no sector agro-pecuário, que termina hoje, conta com a participação de investigadores, pesquisados, académicos, professores, estudantes universitários, empresários e membros da sociedade civil de Angola, Cuba, França, e Itália,
Os participantes estão analisar, em conferências e mesas redondas, diversos temas ligados ao sector agro-pecuário, com destaque para “O desenvolvimento da indústria agro-pecuário como factor impulsionador da economia”, “os desafios adequados da oferta formativa às necessidades do sector” e “”De que forma a produção científica pode contribuir para um sector pecuário produtivo e sustentável”.
Nesta sexta-feira, no segundo dia do certame está a ser marcado, entre várias acções, com a realização de uma feira agro-pecuária e da primeira educação do concurso “Hachathon”.
Fórum de Diálogo academia/sociedade no sector agro-pecuário visa reflectir sobre as principais formas e canais de interacção, entre o mundo académico e a sociedade, bem como os principais obstáculos e desafios existentes nesta relação, assim como apoiar a criação e a implementação de uma plataforma forma de articulação entre as instituições de ensino superior, as empresas privadas, a sociedade civil e os organismos públicos locais. VKY/ALH