Luanda – O presidente da Associação Nação Verde, Nuno Cruz, defendeu, em Luanda, a necessidade de se rever o Plano Estratégico de Gestão de Resíduos Urbanos, por forma a garantir melhor qualidade de vida a sociedade e proteção ambiental.
As orientações estratégicas previstas neste plano assentam na projecção da futura produção de resíduos em Angola, a qual se estima, para 2025, em 8,6 milhões de toneladas/ano, equivalente a uma captação diária de 0,81 quilogramas/habitante por dia.
Estes valores, de acordo com o plano, vão representar um aumento de 150 porcento, face à 2012, que foi estimada em 75.
Em declarações à ANGOP durante uma acção de recolha de lixo na Praia da Areia Branca, na comuna da Kinanga, distrito Urbano da Ingombota, no âmbito do dia mundial da limpeza, o responsável referiu que deve se pensar em outras políticas de gestão de resíduos, considerando o actual plano como extemporâneo em função da realidade do país.
De com Nuno Cruz, a problemática da má gestão dos resíduos deve merecer especial atenção, uma vez que tem ceifado vidas por malária e outras enfermidades.
Nuno Cruz aponta para a necessidade de pôr fim a existência de valas a céu aberto, pela perigosidade que oferecem e por não mais ser usuais em outras latitudes.
Para se evitar que os resíduos vão parar ao mar, Nuno Cruz afirma que se devem também fechar as saídas das valas de drenagem com redes metálicas e fazer manutenções periódicas.
Para o responsável, é necessário se adaptar também outras praticas de deposição de resíduos, reforçando as acções de fiscalização nas lojas de pequenas e grandes superfícies comerciais.
“A problemática de gestão de resíduos só será resolvida com o envolvimento de todas ou seja com o envolvimento integrado de toda sociedade, como as igrejas, as associações da sociedade civil, professores e todos outros actores”, disse.
No seu entender, deve-se sensibilizar, alertar e informar as pessoas de forma incessante sobre o tempo de vida útil de um plástico para se degradar e os seus malefícios, por formas a desincentiva-las de práticas que nada abonam.
Segundo Nuno Cruz, é ainda necessário a colocação contentores de lixo em todos os cantos das urbes, atacar o problema na base, nomeadamente com a educação, sensibilização e consequentemente a melhoria das infra-estruturas
Por seu turno, a directora de marketing da coca-cola, Paula Lima, avançou que a recolha de resíduos faz parte dos desafios global da empresa a de ver um mundo sem lixo.
Para Paula Lima é fundamental participar e apoiar ações que visam garantir sustentabilidade do meio ambiente, pois é mais um passo rumo ao desenvolvimento da economia circular que se quer reforçar no país.
Avançou que até ao final do ano, a empresa prevê instalar ecopontos em locais estratégicos da cidade de Luanda, onde os consumidores poderão depositar garrafas de plásticos.
Dados disponíveis dão conta que a província de Luanda produz, actualmente, cerca de seis mil de toneladas de resíduos sólidos por dia.
Conforme os dados Luanda tem um histórico elevado de produção de resíduos, sendo 25 por cento de lixo orgânico, papel (16%), plástico (15%), vidro (06%), ferro (06%), um por cento de alumínio, entre outros.