Ndalatando – O Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF), no Cuanza Norte, está preocupado com a devastação das florestas, provocada por queimadas e corte anárquico de árvores, para a prática da agricultura, caça furtiva e produção de carvão e madeira.
O responsável da Área Técnica e Fiscalização do departamento provincial, Armindo Manuel Domingos, disse que existem várias áreas que eram florestas e hoje transformaram-se em savanas, fruto da acção do homem.
Esclareceu que a maior parte da população do Cuanza Norte pratica agricultura de subsistência, não mecanizada, devastando, para o efeito, florestas, através de queimadas, nem sempre controladas, que se propagam e resultam em grandes incêndios.
Em entrevista à ANGOP, a propósito do Dia Nacional do Ambiente, assinalado a 31 de Janeiro último, indicou que quanto mais os camponeses alargam as áreas de cultivo, mais destroem a floresta e sem repovoamento.
As queimadas descontroladas, esclareceu, provocam a erosão e empobrecimento dos solos, assim como a alteração e fuga da biodiversidade, por destruição do seu habitat, apontando igualmente os efeitos negativos para a vida e a saúde humana, por destruição e extinção, por exempl, de plantas, muitas delas medicinais.
A situação, sublinhou, é mais preocupante no início da campanha agrícola, altura em que os camponeses preparam a terra para o cultivo.
Exortou a população a evitar queimadas e a adoptar boas práticas, para a preservação dos solos e da biodiversidade, aconselhando a acumulação do capim em sulcos, para depois de apodrecer voltar a enriquecer os solos, pratica muito usada no sul do País, principalmente nas províncias do Huambo, Bié e Cuanza Sul.
Para minimizar os danos e preservar a natureza, o IDF aconselha aos produtores de carvão e de madeira a reflorestarem as áreas atingidas, com a plantação de duas novas árvores, sempre que cortem uma.
Quanto as acções de prevenção, disse que o instituto realiza campanhas de sensibilização, com maior incidência na área do Golungo Alto, onde as queimadas são mais frequentes.
No município do Golungo Alto a devastação é maior e já existem muitas áreas desérticas, porque a população usa como subterfúgio a agricultura, para praticar outras actividades, que considera mais lucrativas, como a produção de carvão e de madeira.