Porto Amboim – O projecto Kitabanga intensificou, no município do Porto Amboim, província do Cuanza Sul, as campanhas de educação ambiental, com vista a preservar as tartarugas marinhas.
Em declarações hoje à ANGOP, o seu mentor, Michel Morais, disse que o projecto, com uma extensão de 105 quilómetros, tem como componente a investigação, informação, preservação, educação ambiental, bem como a inclusão social dos membros da comunidade que interage com o projecto, num total de 70 tartarugueiros.
Informou que foram monitorados 17 pontos sistematicamente, onde foram recolhidas informações, para se tentar compreender a condição das tartarugas marinhas em Angola.
Sobre a convivência do projecto Kitabanga e os pescadores artesanais, sublinhou que “há sempre choques, sobretudo, na localidade do Longa, mas o diálogo tem imperado para se ditarem limitações em prol da preservação das espécies marinhas”.
Michel Morais denunciou, por outro lado, uma grande pressão de embarcações de grande porte, ligados à pesca industrial e semi-industrial, que as noites fazem arrastos muito perto da costa, apontando como grande problema a falta de políticas de fiscalização.
Lembrou que esta é uma zona protegida e, por isso, sujeita a algumas restrições de pesca.
Relativamente aos custos do projecto, a fonte afirmou serem altos, “porque trata-se de milhares de kwanzas, pois há uma mobilidade sistemática que se estende desde a região norte a sul a funcionar todos dias”.
O ambientalista frisou que o dinheiro vem de doações de parceiros, fundamentalmente no período da desova.
O projecto Kitabanga visa o estudo e conservação das espécies marinhas, cuja finalidade é potencializar a formação de jovens com domínio em biologia da conservação e as questões ligadas à educação ambiental.
Relativamente à população tartarugas em Angola, existem cinco espécies e três delas com alguma regularidade desovam na costa.
A espécie lipidochelys olivacea, dada como a maior população, tem uma média de 60 mil animais todos anos, mas o número de tartarugas gigantes de couro preocupa, pois no ano passado foram apenas monitoradas mais de 100 animais na costa de Angola.
O projecto Kitabanga iniciou em 2010 na região das palmerinhas em Luanda e estende-se ao longo da costa de Angola, com uma evolução que permite obter informações sobre a bioecologia das tartarugas marinhas. Lc/ART