Pólo turístico da bacia de Okavango aberto ao investimento estrangeiro

     Ambiente           
  • Cuando Cubango     Quinta, 18 Maio De 2023    16h23  
Director geral do gabinete de gestão do polo de desenvolvimento turístico da bacia de Okavango, João Baptista Gime Sebastião
Director geral do gabinete de gestão do polo de desenvolvimento turístico da bacia de Okavango, João Baptista Gime Sebastião
Júlio Vilinga-ANGOP

Menogue – O director geral do gabinete de gestão do Pólo de Desenvolvimento Turistico da Bacia de Okavango (PDTBO), João Baptista Gime Sebastião, anunciou hoje, quinta-feira, que o projecto está aberto aos investidores nacionais e estrangeiros, para alavancar o ecoturismo no Cuando Cubango.

Trata-se de uma longa extensão de terra, com mais de 12 mil hectares, onde pode ser desenvolvido actividades do turismo, que constitui um dos maiores sectores para a diversificação da economia nacional, oferta de postos de trabalho e ainda captar receitas, com realce para a moeda estrangeira, para proporcionar o bem-estar da população do município do Dirico.

O director disse que o PDTBO é um projecto do Estado angolano, situado entre as margens dos rios Cubango e Cuito, no município do Dirico, fronteiriço com a República da Namíbia.

Carece de investimentos para criação de serviços básicos, com realce para vias de acesso, sistemas de telecomunicações, rede de distribuição de água potável e de energia eléctrica.

João Sebastião, que falava por ocasião do décimo segundo aniversário do PDTBO, referiu que, apesar da falta de financiamento que se vive desde a sua criação, em 2011, foi possível concluir os estudos do Plano Director do Turismo, levantamento topográfico, catalogação dos recursos hídricos, faunísticos e florestais, dos locais históricos e dos hábitos e costumes das comunidades que residem ao redor.

Realçou ainda que o pólo é um apêndice do mega projecto turístico internacional de conservação ambiental Okavango/Zambeze, que está a ser executado por cinco países membros, designadamente Angola, Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe.

Angola não ratificou o acordo de implementação do Projecto Okavango/Zambeze entre os cinco Estados membros e a situação tem contribuído negativamente no acesso aos fundos doados pela comunidade internacional, para esse fim. Botswana, Namíbia, Zâmbia e Zimbabwe são os grandes beneficiários e possuem infra-estruturas hoteleiras robustas, que recebem turistas.

O responsável assegurou que, para atrair investidores nacionais e estrangeiros, realiza de 25 a 28 deste mês, uma actividade de pesca desportiva de carácter regional, enquadrada nas comemorações da data da criação do Polo do Okavango, que visa promover o turismo na região do Dirico, 600 quilómetros da cidade de Menongue, capital do Cuando Cunabgo.

Disse ter confirmações de turistas nacionais das províncias de Luanda, Benguela, Huambo, Huíla, Namibe e do Cuando Cubango, bem como 20 equipas de navegadores da República da Namíbia.

Adiantou que, enquanto existirem estes constrangimentos, a aposta vai passar pela atracção de investimento na região de forma faseada, direcionando-os para aquelas áreas de grande potencial turístico com condições mínimas para a implementação de projectos.

São os casos da área Bico de Angola, Boa Fé e Luiana Sede ( Jamba), na parte sudeste do Parque Nacional de Luengue Luiana, que são, actualmente,  as áreas mais nobres para atracção de investimento, em função de uma grande concentração de vida selvagem, com destaque para as espécies emblemáticas da fauna mundial  (Elefantes, Búfalos, Leões e Leopardos).

O Okavango é um dos grandes potenciais turísticos de Angola, em função da sua riqueza natural, que agregada a sua riqueza cultural e histórica,  permite criar um produto turístico rico e diversificado, para além de traduzir a  possibilidade de integrar a região no destino turístico da Área Transfronteiriça de Conservação Kavango Zambeze ( ATFC KAZA),  que já é uma referência a nível mundial.

Construção de infra-estruturas

De acordo com o plano director para o desenvolvimento turístico, o projecto seria desenvolvido num período de 15 anos, mas, tendo em conta as dificuldades financeiras, foram desenvolvidas apenas acções ligadas ao apoio às comunidades que habitam ao redor do projecto, para a prática da agricultura de conservação, com o intuito de adaptá-las à realidade futura e para que saibam conviver com novas realidades.

Para isso, a população foi sensibilizada a abdicar de práticas de abate de árvores para o fabrico de carvão, caça ilegal e pesca em quantidades exorbitantes, visto que tais procedimentos prejudicam o meio ambiente, assim como de outras actividades que não sejam vocacionadas ao turismo e conservação da biodiversidade.

João Francisco Gime Sebastião disse que, além dos projectos acima referidos, o Estado deve fazer um grande investimento, para a construção de outras infra-estruturas de apoio, como aeródromos, áreas comerciais, unidades sanitárias, agências de viagens e bancárias, serviços de restauração entre outros, que vão ajudar a despertar o interesse dos empresários nacionais e internacionais ao pólo.

Referiu que a pandemia da covid-19 contribuiu igualmente na paralisação das acções em curso, nomeadamente a identificação de áreas para a construção de unidades hoteleiras, o levantamento das áreas propícias para a prática de diferentes actividades desportivas, com realce para o desporto de aventura, pesca e a formação de guias turísticos, entre outros.

Disse que o referido projecto prevê, numa primeira fase, a implantação de quinze "Lodges”, dos quais 13 nas margens do rio Cuito e dois nas margens do rio Cubango, com capacidade para três mil camas, e deve ocupar, cada, uma área de 40 hectares.

Além da construção das unidades hoteleiras, que pode estar a cargo dos empresários nacionais e estrangeiros, está prevista a construção de parques de campismo e de balonismo, para que os turistas possam sobrevoar e apreciar a paisagem aérea da região.JSV/PLB

 

 





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