Soyo - Mais de mil pés de mangues foram esta sexta-feira plantados no município do Soyo, província do Zaire, no âmbito da campanha de repovoamento e preservação destes ecossistemas em curso no país.
A área contemplada foi uma zona pantanosa, localizada nas imediações da indústria de processamento do pescado SEATAG, no bairro Kukala Kiaku, onde essa espécie foi devastada pela acção humana.
Responsáveis do sector do Ambiente na província e da Administração do Soyo, membros da União das Igrejas Evangélicas de Angola (U.I.E.A), das forças de segurança, ordem pública, munícipes e ambientalistas envolveram-se nesta actividade.
Para o repovoamento da vegetação de mangais, devastada com a construção desta indústria pesqueira que ocupa uma área total de oito hectares, os gestores da empresa chinesa SEATAG criaram uma estufa com a capacidade de cultivar 30 mil mudas por mês.
De acordo com o director do gabinete provincial do Ambiente, Gestão de Resíduos e Serviços Comunitários do Zaire, Timóteo Dias, a criação da estufa é a forma que a referida empresa encontrou para mitigar o impacto negativo criado sobre o ambiente.
Em declarações à ANGOP, o responsável explicou que desta estufa são retiradas milhares de mudas para a reposição destes ecossistemas ao longo da zona costeira da província do Zaire e de outras regiões do país.
Avançou que está prevista, para este sábado, uma outra actividade de plantação de mangues, a decorrer na Ponta do Padrão, península encravada junto à foz do rio Zaire, no Soyo.
Por sua vez, o director nacional da Mocidade e Adolescentes Cristãos da U.I.E.A, pastor Agostinho Chimuco Tchiavango, destacou a importância da preservação dos mangais, que disse ser uma causa que deve ser abraçada por todos os cidadãos.
“Estamos no Soyo numa missão pastoral e resolvemos incluir a nossa participação nesta campanha no nosso programa de peregrinação”, explicou, tendo destacado a parceria existente entre a igreja e o Estado.
A província do Zaire detém a maior zona de conservação de mangais que se estende numa área de 39 hectares, trespassando a zona costeira dos municípios do Nzeto, Tomboco e Soyo.
Os ecossistemas dos mangais intervêm na manutenção do clima, purificação do ar, como berçários para milhares de espécies marinhas, na protecção e alimentos para peixes e diversos invertebrados como crustáceos e moluscos, assim como na estabilização dos solos, prevenindo a erosão nas zonas costeiras. PMV/JL