Mbanza Kongo – Sete mil pés de mangais foram plantadas quarta-feira na costa marítima do município do Nzeto, província do Zaire, pela Organização da Mulher Angolana (OMA) na região.
Em declarações hoje à ANGOP, a secretária provincial adjunta da OMA, Helena Lombo, disse que a acção envolveu mais de 50 membros e enquadra-se nas actividades comemorativas do 10 de Janeiro, Dia da fundação desta organização feminina.
Segundo disse, a iniciativa visou juntar-se aos esforços das autoridades locais em parceria com a organização ambientalista nacional “OTCHIVA”, que desde Novembro de 2020 trabalha na preservação dos mangais na zona costeira do Nzeto.
Considerou satisfatório o resultado da primeira campanha de plantação desta espécie na foz do rio Mbridje em 2020, que envolveu, além da embaixada da Bélgica em Angola, membros do governo provincial.
O projecto que conta com o financiamento da embaixada do reino da Bélgica em Angola visa salvar os polígonos de mangais em fase de extinção na foz do rio Mbridge, município do Nzeto, fruto da destruição do seu ecossistema pela acção do homem.
Avançou que a OMA pretende, trimestralmente, realizar campanhas de repovoamento de mangais nas zonas pantanosas devastadas, bem como a sensibilização da população local sobre a importância da preservação desta espécie para o equilíbrio ambiental.
Estudos realizados pela organização Otchiva em 2020 anteviram como causas preliminares da devastação dos mangais neste local, a obstrução dos cinco canais de evacuação das águas doce e salgada da zona pantanosa para o oceano atlântico.
Na altura, a presidente da organização Otchiva, Fernanda René, alertou que a devastação dos mangais pode causar a destruição da ponte sobre o rio Mbridje, erguida nas proximidades da zona de influência de mangais, e provocar o aumento de calemas nesta zona costeira.
Sustentou ainda que, o desaparecimento desta espécie vegetal pode culminar, também, com a extinção de várias espécies aquáticas que dela dependem para a sua subsistência.
Os mangais constituem o berço da vida marinha para além de servirem de uma potencial fonte de produção do oxigénio de que os seres vivos dependem para a sua sobrevivência, bem como do importante papel destas plantas na contenção das marés e da erosão na costa marítima.
A província do Zaire tem uma costa marítima de 250 quilómetros, transpassada pelos municípios do Nzeto, Tomboco e Soyo.
O município do Nzeto dista a 230 quilómetros da cidade de Mbanza Kongo, capital da província do Zaire.