Luanda – A ministra angolana das Pescas e Recursos Marinhos, Carmen do Sacramento, defendeu, em Nova Iorque, mudanças no sector, para que haja uma redução de práticas destrutivas e uma produção pesqueira focada em optimizar a cadeia de valor.
A governante defendeu esta posição numa entrevista à ONU News, na sequência da assinatura, quarta-feira última, do Tratado do Alto Mar, um instrumento internacional voltado para a conservação e o uso sustentável da biodiversidade marinha em áreas que vão além da jurisdição dos países.
O objectivo, evocou, é que além da segurança alimentar nacional o sector contribua com exportações que aumentem o Produto Interno Bruto (PIB).
Carmen do Sacramento contou à ONU News que uma vez ratificado pelos países, o referido tratado será uma fonte de conhecimento e desenvolvimento.
“Os oceanos constituem, hoje em dia, o paradigma mais interessante no momento da revolução que é a economia, ou seja, a economia do ponto de vista continental, ela está revista e com modelos que já se conhecem, mas a economia a ser gerada do ponto de vista dos oceanos e da imensidão que nos trazem os oceanos acaba por estar no início do seu percurso”, enfatizou.
Para Carmen do Sacramento, é importante acompanhar esta evolução para que assim que o acordo entre em vigor o país esteja preparado.
Ressaltou que a costa angolana tem 1.850 quilómetros, quase em linha reta e pode proporcionar muitas oportunidades dentro da chamada economia azul.
Fez referência às políticas públicas que serão feitas e que passarão, numa primeira fase, para a evolução da zona costeira, o seu planeamento e ordenamento para que todas as actividades sejam mapeadas e que acabe por se estender também em toda a área marinha, agora até as 200 milhas, mas com o Tratado do Alto Mar será para além das 200 milhas.
Sobre o impacto das mudanças climáticas nos oceanos e nos planeamentos ligados à economia azul, abordou as mensagens que pretende levar para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudança Climática, a COP30, marcada para Novembro, em Belém do Pará, no Brasil.
“Nós levamos também para a COP as questões internas de Angola para olharmos para as experiências, que é, por exemplo, a pesca extractiva, a descarbonização que pode ocorrer a nível da frota, a sua actualização, um dos fatores”, precisou.
Informou também que será levada a questão da conservação dos ecossistemas como uma das premissas para haver a conservação da biodiversidade.
A ministra disse que o Fórum de Energia e Clima da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa ( CPLP) tem reforçado o pedido aos países ricos, para que apoiem os mais pobres, que poluem menos. SEC