Lobito - A ministra do Ambiente, Ana Paula de Carvalho, considerou, esta sexta-feira, na Catumbela (Benguela), ser crucial a redução gradual do uso do plástico no país, para protecção da saúde dos cidadãos e da fauna marinha.
Segundo a governante, que discursava na abertura do II Conselho Consultivo do sector, o Executivo angolano está empenhado em implementar medidas rigorosas para reduzir, gradualmente, o uso do plástico, promovendo alternativas sustentáveis e biodegradáveis.
No domínio da biodiversidade, disse que estão a ser criadas condições para revitalizar as áreas de conservação.
"Entendemos que precisamos de recursos financeiros para este fim e esse é, na verdade, outro compromisso que a cada dia nos atormenta", desabafou.
Ana Paula de Carvalho referiu-se também sobre o combate ao tráfico ilegal da fauna e flora, afirmando que o objectivo primordial é a garantia da sobrevivência das espécies em perigo, reconhecendo a importância vital desses ecossistemas para a saúde do planeta e o bem-estar das comunidades locais.
Para atingir este objectivo, debruçou-se sobre as condições para potencializar e transformar os parques nacionais em lugares mais atractivos, começando pelo da Quissama e do Luengue-Luiana.
A ministra considera que, através do EcoTurismo, Turismo Cinegético, entre outros serviços do Ecossistema, há a absoluta certeza de que este investimento terá retorno a médio e longo prazo, contribuindo para elevar a economia nacional, mas, fundamentalmente, em prol das comunidades e da própria protecção das áreas.
"Orgulhosamente, estamos avançados no processo de inscrição de importantes patrimónios naturais na UNESCO, como os nossos parques nacionais e a emblemática palanca negra gigante", enfatizou.
Segundo a governante, esta é uma oportunidade única para reconhecer e preservar a riqueza da biodiversidade nacional, enquanto se promove o turismo sustentável e a consciencialização global.
Disse, por outro lado, que a reactivação do saneamento, liderado pelas comunidades e escolas, é uma abordagem inovadora que capacita as populações locais para adoptarem tecnologias apropriadas e de baixo custo, sendo, para o Ministério, uma prioridade absoluta.
Sobre este aspecto, referiu que é um programa que teve sucesso nos anos passados, onde a experiência piloto de implementação foi iniciada em 2008 e já abrangeu 11 províncias do País.
"As intervenções realizadas evidenciam ganhos e casos de sucesso, com um nível de eficácia de dezoito por cento em onze províncias, em 2015, e de três porcento em quatro províncias, nomeadamente Bié, Cunene, Huíla e Moxico, em que o programa continuou activo até 2019", informou.
Para a Ana Paula de Carvalho, investir na educação ambiental e capacitar as comunidades para liderar iniciativas de limpeza e preservação é essencial, de modo a garantir um futuro mais limpo e saudável para todos.
"O Ministério está engajado na implementação das estratégias e empenhado em colocar o Ambiente no nosso Currículo Escolar de base", enfatizou.
Tocou também nas alterações climáticas, dizendo que é outra questão que merece real atenção.
"A seca afecta oito por cento da população concentrada na região Sul do país, enquanto as cheias ou inundações provocadas pelas chuvas, embora estejam abaixo desta percentagem, ocorrem com maior frequência. E, neste sentido, está em curso um mapeamento dos locais onde ocorrem com maior incidência, bem como em criação, a Protecção Financeira contra Desastres", esclareceu.
Em função disso, a titular do Ambiente afirmou que "não se pode esquecer da importância dos mangais, verdadeiras barreiras naturais contra a erosão costeira e habitats essenciais para a biodiversidade marinha, para além de serem uma grande fonte de captação de carbono, dando um grande contributo para os efeitos das alterações climáticas.
"Estamos empenhados em proteger e revitalizar esses ecossistemas críticos, e vamos ainda mais longe: É nosso compromisso produzir Legislação para a protecção da espécie", prometeu.
Para a ministra, "de mãos dadas, podemos e iremos enfrentar esses desafios, protegendo e preservando o ambiente para as gerações futuras". TC/CRB