Soyo - O primeiro livro sobre os mangais em Angola, da autoria da associação OTCHIVA, que aborda a necessidade da preservação desses ecossistemas será, em breve, traduzido em línguas nacionais, para maior alcance da mensagem à população.
O anúncio foi feito esta segunda-feira, no Soyo, província do Zaire, pela presidente da OTCHIVA, Fernanda Renée.
Abordada pela ANGOP, a responsável explicou que a obra foi escrita em português e inglês, em linguagem simples e de fácil compreensão, com o objectivo de contribuir na educação ambiental da população, com realce para a protecção e conservação dos mangais.
Informou que a obra com três mil exemplares foi editada no presente ano e contém mais de 200 páginas que descrevem as experiências vivenciadas pela sua associação que desde 2018 trabalha na protecção, conservação e restauração dos mangais ao longo da costa marítima angolana.
Sublinhou que o livro retrata as comunidades costeiras que dependem desses ecossistemas como fonte de renda e subsistência, a biodiversidade vegetal e animal ligada aos mangais, os esforços para a sua protecção e conservação.
A ameaça que essa espécie vegetal enfrenta, fruto da acção humana e natural, segundo a ambientalista, também está reflectida neste manual sobre os mangais em Angola.
Explicou que o livro está a ser apresentado nas províncias costeiras de Angola (Cabinda, Zaire, Bengo, Benguela e Namibe) que detém ecossistemas de mangais, em alusão ao ciclo de seminários sobre o estado actual dos mangais em Angola e ao Dia Mundial desta espécie , a assinalar-se no próximo dia 26 do mês em curso.
O seu lançamento oficial, segundo Fernanda Renée, será feito em Nova York, Estados Unidos da América, ainda este ano, durante a realização da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Lembrou que a OTCHIVA apresentou, em Maio deste ano, em Genebra (Suíça), o seu primeiro manual sobre as Zonas Húmidas de Lobito (Benguela), numa cerimónia alusiva ao Dia Mundial das Aves Migratórias, que decorreu naquele país europeu.
No entanto, a responsável disse haver uma redução significativa das agressões ao meio ambiente, como resultado das várias acções de educação ambiental implementadas pelas autoridades competentes e organizações afins.
“A educação ambiental tem sido crucial, neste processo, incluindo o empoderamento das comunidades locais”, reforçou, defendendo, contudo, a continuidade deste esforço, abrangendo as instituições públicas e privadas do país.
A OTCHIVA trabalha desde 2018 no projecto de protecção, conservação e restauração das zonas húmidas do país, com realce aos mangais, num projecto coordenado pelo Executivo e que conta com o apoio de diversas empresas, sobretudo do sector dos petróleos e gás. PMV/JL