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Jovens prejudicam ecosistema com pesca ilegal nos mangais

     Ambiente              
  • Benguela • Segunda, 18 Março de 2024 | 17h48
Zona de mangais nos Ramiros (Arquivo)
Zona de mangais nos Ramiros (Arquivo)
Nelson Malamba

Lobito - Dezenas de jovens são flagrados diariamente a pescar nos mangais da zona baixa da cidade do Lobito, província de Benguela, em prejuízo ao habitat das aves migratórias, soube a ANGOP, esta segunda-feira.

De acordo com o ambientalista Madaleno Constantino, os "pseudo-pescadores" estão a usar, incluive, redes de mosquiteiros para recolher peixes e outros nutrientes, que servem de alimentos para os flamingos, pelicanos e outras espécies.

"Esta situação verifica-se nos mangais localizados nos bairros da Caponte, Cassai e Zona Comercial", denunciou.

Afirmou que nos arredores da ponte Carmona (zona comercial), "a pesca está a aumentar a cada dia que passa, sob o olhar impávido e sereno das pessoas que por ali passam".

"Nos bairros da Caponte e Cassai, os garimpeiros criam barreiras, bloqueando a entrada das águas para secar as lagunas com o propósito de explorar o sal", informou, acrescentando que na "ponte das Cuculas" a captura está a ser feita num "ritmo desenfreado".

Segundo o especialista, se não se conseguir travar essa tendência, daqui há algum tempo não haverá aves migratórias no Lobito, porque elas vão arranjar alternativas noutros lugares para sobreviver.

O também membro da ADAMA, Associação que defende as zonas húmidas do Lobito, lamentou não ter poderes para travar essa acção criminosa, mas disse que tem estado a fazer advocacia, educação ambiental e sensibilização para desencorajar essa prática.

Madaleno Constantino disse ainda que apesar de "toda a gente ver", incluindo às noites, não há qualquer tipo de fiscalização.

O jovem Paulo Martins, apanhado em flagrande a pescar, admitiu ser um crime ambiental.

"Somos forçados a recorrer a esta prática porque não temos o que comer, e, para não roubar, optamos por tirar alguns peixes mesmo aqui no mangal", justificou.

No ano passado, a Otchiva, organização que vela pela protecção e restauração dos mangais em Angola, em colaboração com a ADAMA e a Administração Municipal do Lobito, tinham mobilizado pessoas "amigas do ambiente" para denunciarem todas as práticas nocivas ao habitat das aves migratórias.

Por causa da sua beleza e raridade, o flamingo tornou-se o símbolo da cidade, que ficou conhecida por "Lobito-cidade dos flamingos".TC/CRB 

 

 

 





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