Lubango – O director do Instituto Nacional da Biodiversidade e Conservação (INBC), Miguel Xavier, admitiu hoje, quarta-feira, que o caso do leão em cativeiro, com aparente maus-tratos, num espaço turístico no Lubango, província da Huíla, se trata de crime ambiental.
As autoridades ambientais tomaram conhecimento do caso depois de um internauta ter publicado nas redes sociais o animal enjaulado e magro, nas dependências de um afamado restaurante da comuna turística do Lubango.
A situação fez movimentar um equipa do Ministério do Ambiente, liderada por Miguel Xavier, que trabalhou por dois dias no Lubango e nos Gambos.
A equipa ordenou a transferência do animal do local para uma fazenda mais extensa nos Gambos, onde vai, a partir desta sexta-feira, iniciar um processo de reabilitação, para depois devolvê-lo à natureza.
Em declarações à ANGOP, o responsável esclareceu que pelo que encontrou, a denúncia confere, na medida em que o animal estava num espaço reduzido sem respeito às as normas para o tipo de animal e sua idade (ano e três meses).
Quanto às alegações de maus-tratos, disse não ser tanto assim.
“A metodologia ou o funcionalismo não foi um dos mais recomendados, é reprovável, mas o animal não estava a ser maltratado”, expressou.
Todavia, o director do Instituto Nacional da Biodiversidade e Conservação assinalou que de acordo com a lei, o acto é um crime ambiental.
O primeiro passo, segundo o ambientalista, é retirar o animal daquelas condições e não houve resistência da parte do empresário, pois entendeu a situação e concordou, pelo que o mais tardar até sexta-feira será transferido para uma fazenda com maior espaço para a sua reabilitação e preparação para reintrodução no seu habitat natural.
Miguel Xavier fez saber que as autoridades deverão fazer um trabalho de sensibilização para travar mais casos do género.
"O que acontece é que muitos têm resorts e querem ter animais como atracção, mas acabam por cometer crimes ambientais", sublinhou.
Outra questão é a legal, porque, para qualquer indivíduo ter acesso a algum tipo de animal, como exemplo um leão, um animal protegido, é preciso ter documentação.
“Vamos trabalhar para que este tipo de situação não volte a acontecer e nestes termos, da questão legal, temos trabalhado com o IDF que tem contactado fazendas e envolvemos o SIC, quando o processo parte para o criminal”, explicou.
A presença de animais selvagens em espaços turísticos na Huíla é comum, contudo, esse foi o primeiro caso de denúncia de alegados maus-tratos.
A equipa do Ministério do Ambiente foi integrada pelo director do INBC, técnicos, administrador do Parque Nacional do Bicuar, representante do IDF, directora provincial do Ambiente em exercício, agentes do SIC e duas representantes da Associação AngoFauna. MS