Lubango – O Ministério do Ambiente pretende replicar o modelo de recolha de lixo porta-a- porta do Lubango noutros municípios do país, por ser sustentável e gerar empregos, segundo a ministra Ana Paula de Carvalho.
Em curso desde 2018, o modelo retirou todos os contentores de lixo do casco urbano, incentivou a criação de cooperativas de jovens e proporcionou a entrega de motorizadas de três rodas adaptadas à recolha, tornando a cidade mais limpa.
O modelo também está a ser implementado na Chibia, Matala, Humpata e Quipengues, também na província da Huíla, assim como nas cidades do Luena (Moxico) e Uíge (província com o mesmo nome), que estão a aplicar a experiência huilana.
As cooperativas celebram contratos com os moradores e de forma mapeada actuam em todos os bairros da urbe, deixando a compactadoras e os contentores fixados apenas na periferia.
Falando terça-feira, no Lubango, no final de uma visita de trabalho de dois dias, a ministra do Ambiente admitiu que é um modelo que tornou a cidade mais limpa e é sustentável, não só pela recolha selectiva, mas também pela valorização dos catadores.
“A cidade do Lubango tem se destacado nos últimos anos com um modelo de sucesso que pode ser replicado em outros municípios do país, sobretudo no que diz respeito à valorização do capital humano, propriamente do profissional que se dedica a recolha electiva de resíduos”, afirmou.
A comuna sede do Lubango produz perto de 543 toneladas/dia de lixo, e a recolha diária é de 105 toneladas, o que representa apenas 20 por cento de resíduos que vai para a lixeira controlada do Luyovo.
Participam no processo 10 operadores que empregam 143 jovens. Ao todo, estão disponíveis 52 motorizadas que exercem trabalho de higiene e saneamento.
No quadro da estratégia para a valorização dos recicladores de resíduos, o Ministério do Ambiente lançou, no dia 10 de Fevereiro de 2023, na província do Huambo, o Projecto de Inserção Social de Catadores de Resíduos Sólidos (PICAR).
Actualmente, mais de 15 milhões de pessoas em todo o mundo (cerca de 1% da humanidade) trabalham com a recolha, triagem e reciclagem de resíduos gerados pelas cidades (OIT, 2021).
Os resíduos têm valor, pois constituem matéria-prima para novos produtos. Deste modo, a recolha dos mesmos vai ganhando corpo em Angola, principalmente em Luanda e na Huíla, onde as famílias têm enfrentado grandes dificuldades de subsistência. MS