Huambo - O Fundo Global do Ambiente (FGA) vai disponibilizar, este ano, sete milhões de Dólares americanos para a execução de dois projectos de gestão sustentável de terras em Angola, soube a ANGOP esta terça-feira.
Tratam-se dos projectos “Gestão Sustentável de Terras na Região Central de Angola” e de “Integração das Alterações Climáticas na Gestão Ambiental e Uso Sustentável da Terra”.
Ambos foram lançados hoje pelo ministro da Cultura, Turismo e Ambiente, Jomo Francisco Fortunato, que efectua uma jornada de trabalho de três dias a província do Huambo.
Com prazo de execução de quatro anos, os projectos serão executados pelo Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente em parceria com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO).
Para o projecto de Gestão Sustentável de Terras na Região Central de Angola, a ser implementado nas províncias do Huambo e de Benguela, com apoio técnico do Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climáticas (CETAC), prevê-se investir 2,6 milhões de Dólares.
Depois de concluído, vai beneficiar mil e 500 pessoas de forma directa e mais de um milhão e 500 mil indirectamente, através de acções de regeneração de 14 mil hectares de terra, elaboração de 10 planos de gestão sustentável de terras e capacitação de 100 funcionários públicos para a mobilização de recursos.
Já o projecto “Integração das Alterações Climáticas na Gestão Ambiental e Uso Sustentável da Terra”, a ser implementado nas províncias de Cabinda, Cuando Cubango, Huambo e Namibe, assenta na promoção de práticas sustentáveis de gestão de terras nos quatro centros agro-ecológicos implementados nestas regiões do país.
Avaliado em 4,4 milhões de Dólares, o mesmo tem como objectivo introduzir técnicas de adaptação às alterações climáticas, boas práticas de gestão sustentável de terras e criação de condições necessárias para melhorar a resiliência dos meios de subsistência da população rural.
Prevê beneficiar 22 mil e 500 agricultores, através de 80 escolas de campo, que irão implementar as práticas em 15 mil hectares.
A propósito, o representante da FAO em Angola, Gherda Barreto, disse que a execução destes projectos constitui um desafio do seu organismo, que se compromete em ajudar o Governo angolano a consolidar as técnicas de adaptação e mitigação das alterações climáticas em Angola.
Considerou sólida a parceria entre a FAO e o Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente na implementação de projectos, que têm vindo a mobilizar mais investimentos para que sejam investidos na concretização dos desafios ambientais, climáticos e desenvolvimento rural de Angola.
O ministro Jomo Fortunato elucidou que as duas acções estão inseridas do Plano Nacional de Desenvolvimento (PND) e de outras acções com foco na melhoria da abordagem de boa gestão no que se refere à sobrevivência humana, à luta contra a degradação de terra e ao ombate às alterações climáticas,
Afirmou que as alterações climáticas têm trazido inúmeras consequências nos mais variados sectores do país, daí a importância destes projectos que, além de permitirem uma melhor gestão sustentável dos solos, vão melhorar a informação para a tomada de decisões.
Durante a visita, o ministro inteirou-se do estado actual das obras do Centro Cultural do Huambo, do funcionamento do Centro de Ecologia Tropical e Alterações Climatéricas, da Casa Ecológica I e II e do Centro Agro-ecológico da Chipipa.
A sua agenda prevê, igualmente, o acto de lançamento do projecto de requalificação da Estufa fria e visita ao município da Caála.