Lubango – A reserva ambiental da Tundavala, onde foram descobertas 43 espécies de plantas raras e exclusivas de Angola por investigadores alemães e angolanos, precisa de protecção das autoridades, para preservar a zona.
O apelo foi feito hoje, sábado, pela coordenadora do Centro de Investigação do Herbário do Instituto Superior de Ciências da Educação (ISCED-Huíla, Fernanda Lages, que pede maior fiscalização das autoridades locais para protejer o asservo.
A área situa-se a 20 quilómetros a oeste do Lubango, possui uma fenda que é uma “janela” natural do planalto da cidade, a partir da qual se visualiza o município da Bibala/Namibe.
A também docente universitária em biologia sublinhou que o local dispõe de condições físicas e bióticas, além de escarpas que contemplam rochas de maior altitude de Angola e tem regularmente nevoeiro adaptados do clima e solo.
Fez saber que nos últimos quatro anos regista-se uma certa vulnerabilidade das plantas identificadas, pois a Tundavala é propensa a exploração de inertes, depósito de lixo e cortes constantes de árvores por parte de populares.
Falando à ANGOP, a propósito da catalogação dessas espécies nativas, a ambientalista afirmou que é necessário que se defina rapidamente a proteção dos recursos naturais daquela zona desprotegida, para evitar que seja continuamente explorada e ponham em causa as espécies unidas desta região.
Em relação ao processo de monitorização da biodiversidade da zona, sublinhou que o trabalho decorre através de uma equipa de investigadores do (ISCED-Huíla), que permitiu identificar 43 espécies de plantas raras encontradas apenas na Tundavala.
As mesmas plantas começaram a ser descobertas em 1952, porém a sua catalogação é pouco conhecida. Entre as plantas identificadas estão as sucúbias, trácias, acatácias, destmantenes, tundavalenses e parabiodes, de valor biológico cujas mesmas ao nível do planeta são apenas encontradas na Tundavala.
De entre elas, duas afiguram-se como medicinais, mas ainda aguardam por uma avaliação da exploração para o efeito.
Segundo a investigadora, a zona da Tundavala tem um ecossistema particular por se localizar na região que separa o litoral do planalto, onde as condições bióticas são favoráveis para o crescimento dessas espécies.
Fernanda Lages considerou que pelo facto dessa ter condições particulares é natural que na zona exista uma flora diferente do litoral e tudo quanto tem se publicado em relação as plantas da Tundavala, decorre destes levantamentos.
Fez saber que as plantas identificadas sobretudo os herbáticos, não tem o interesse económico, mas sim ecológico.
Na ocasião, reafirmou o compromisso do centro do herbário local de continuar a desenvolver trabalho de investigação de mais plantas de várias espécies e para a sua posterior catalogação, além de realizar descobertas para que no prazo de três anos, observar-se a evolução da região em termos da reutilização dos recursos e da distribuição das espécies.