Lubango - O ambientalista, Silvano Levi, defendeu hoje, quarta-feira, no Lubango, província da Huíla, a necessidade da protecção das zonas-tampão que circundam o Parque Nacional do Bicuar, de modo a impedir que actividades humanas coloquem em risco o ecossistema dentros da áreas protegidas.
Zonas-tampão são áreas ao redor de unidades de conservação, sujeitas a normas específicas, que visam mitigar impactos sobre os ecossistemas protegidos, sendo que as perturbações humanas em série têm sido responsáveis pela destruição de diversos biomas, levando à destruição da paisagem e, com isso, acarretando o desequilíbrio entre as espécies.
Segundo Silvando Levi, que fez essa apreciação à margem da mesa redonda, sobre o tema “Parque Nacional do Bicuar, Ciência, Conservação e Turismo- desafios e Oportunidades”, que marcou o lançamento do projecto BICUAR GEO-TREES.
Sublinhou que o Parque Nacional tem zonas-tampão em todos os limites fronteiriços com os municípios que o circundam, a área mais encostada ao serpentear do rio Cunene é uma delas quebse estende da comuna de Capelongo, na Matala, até ao portão central do parque.
No município do Quipungo, conforme o especialista, existe iutra, desde o alongamento da zona da Nongalafa e na Chiba tem iutra que se encosta a lagoa do abeberamento dos animais.
Apontou a criação das áreas protegidas estabelecidas em diferentes regiões para preservar amostras significativas de todo ecossistema existente, assegurando a sobrevivência de espécies e a manutenção dos processos ecológicos, uma das maneiras de amenizar os potenciais riscos causados pela atividade humana, que ameaçam a conservação da biodiversidade.
“Temos que respeitar essas zonas, conversar com essas pessoas, no sentido de construir um modelo de comunidade resilientes e sustentavel, mas para a concretização desse desiderato é necessário que a academia produza algum material desdobrável e passe informação às comunidades residentes, para que tenha a percepção do quanto têm um património a valorável ao lado delas”, elucidou.
Segundo o académico, do ponto de vista do turismo, pode-se também fazer com que as pessoas explorem os recursos florestais não madeireiros, produzindo peças artesanais relacionadas com os animais que abundam a reserva natural.
O Parque Nacional de Bicuar está localizado na região sudoeste do país, no Planalto de Huíla, foi estabelecido no ano de 1938 como uma reserva de caça, e elevado a parque nacional em 1964. O relevo do parque é dominado por colinas arenosas e de caráter arbustivo, com clima tropical semi-árido.
Possui uma área anteriormente estimada em cerca de 7.900 km2. Hoje, conta com apenas cerca de 6.750 km2, graças a um Decreto colonial que proclamou áreas a Norte do parque, visando a expansão do Colonato de Capelongo. BP/MS