Sharm el-Sheikh - A Comissária da União Africana, Josefa Correia Sacko, reiterou hoje, terça-feira, em Sharm el-Sheikh (Egipto), que a iniciativa grande muralha verde foi criada para aumentar a capacidade dos Estados Membros no combate à degradação da terra, desertificação, seca e resiliência às alterações climáticas no continente.
A diplomata africana, que falava no evento paralelo de mobilização de recursos e sinergia de intervenções na grande muralha verde sobre o tema:situação actual e perspectivas, frisou que, a iniciativa Pan-Africana representa uma das abordagens mais inovadoras, promovendo soluções baseadas na natureza, alavancando os serviços de ecossistema do continente.
“É realmente uma iniciativa crucial que fornece a plataforma para a implementação da Agenda 2063 da União Africana, incluindo o programa compreensivo da agricultura de África (CAADP), a zona de comércio livre continental (AFCTA) , as energias renováveis, bem como as Infra-estruturas de paz e segurança”, assegurou a Comissária da UA.
Conforme a diplomata, a política da União Africana sempre demonstrou consistentemente que a implementação sustentável só pode ser levada a cabo com sinergia integrada a nível local, nacional, regional e internacional, e que o modelo provou representar uma solução para o combate a este fenómeno.
Josefa Correia Sacko deu a conhecer naquela cidade turística que a estratégia está agora a ser alargada a outras terras secas do continente, nomeadamente na região da SADC em colaboração com o Fundo das Nações Unidas para Agricultura (FAO) e os Estados Membros.
Apesar das realizações e dos fundos angariados, a iniciativa está ainda carente de fundos complementares para assegurar o programa, muito embora, “ na Cimeira "Um Planeta" de 2021, mais de 23 mil milhões de USD foram prometidos pelos nossos parceiros de desenvolvimento”, enfatizou a embaixadora.
“Criámos o grande acelerador da muralha verde para dar seguimento e mobilizar estas promessas. A equipa tem vindo a fazer um excelente trabalho em colaboração com todas as partes interessadas”, garantiu.
Não obstante a evolução do processo, a responsável do pelouro da agricultura, desenvolvimento rural, economia azul e ambiente sustentável, afirmou que se deve simplificar os procedimentos e aligeirar as burocracias para facilitar a absorção dos fundos, sem os quais inviabiliza o cumprimento da implementação da iniciativa da “Grande Muralha Verde”.
Alertou que, na Somália, o número de pessoas afectadas pela seca aumentou de 4,9 milhões em Março para cerca de 6,1 milhões em Abril de 2022, dos quais 760 mil são deslocados e necessitam urgentemente de abrigo, alimentação, água e acesso a serviços.