Nairóbi (Da enviada especial) - A comissária da União Africana, Josefa Sacko, apontou esta segunda-feira, em Nairóbi, Quénia, às alterações climáticas como uma “pandemia “ e um stress a economia africana, por obrigar os governos a abandonar os processos de desenvolvimento e concentrar os recursos para responder aos desastres, construindo resiliências.
Intervindo na cerimónia de abertura da plenária do segmento ministerial da Cimeira Africana do Clima, fez menção que muitos governos africanos usam cerca de 2% dos seus fundos para investir em desastres climáticos e projectos de adaptação no continente.
Josefa Sacko, que responde pela pasta da agricultura, desenvolvimento rural, economia azul e ambiente na União Africana, avançou ainda que alterações climáticas estão causar também perdas económicas na ordem de 5% do produto interno bruto (PIB) anual no continente.
“ Os custos das alterações climáticas em África são muito altos ”, afirmou.
Diante dos mais diferentes representes africanos e estrangeiros, a comissária falou da promessa dos 100 biliões de dólares norte-americanos feita pelos países desenvolvidos, cujo Acordo, o de Paris, expira passados os cinco anos.
Diante dos desafios, disse que o principal objectivo da Cimeira é impulsionar o esforço colectivo sobre às alterações climáticas e a sustentabilidade.
“Juntos pretendemos elevar o discurso em torno das mudanças climáticas e reunir apoio para uma arquitectura financeira que seja especificamente adaptada para África, tendo também em mente a resiliência e sobrevivência dos recursos abundantes do continente à medida que acelera a transição para a economia resiliente às alterações climáticas”, sublinhou.
A agenda do evento, inclui a discussão, entre outras, questões relacionadas com a expansão do financiamento climático de elevado impacto em África, no quadro dos mercados de carbono para o Hemisfério Sul, as oportunidades de investimento para a transformação dos sistemas alimentares do continente, tendo em conta o potencial de continente berço em termos de minerais, produção e comércio.
De acordo com a agenda, os ministros vão também abordar a aceleração dos investimentos no sector das águas resilientes às alterações climáticas, um dossier que poderá conduzir a pactos de investimento para a adaptação ao clima.
O sistema de aviso prévio, no âmbito do clima, paz, segurança e mobilidade faz parte, de igual modo, da agenda da plenária ministerial deste dia.
O diagnóstico interferacional com a juventude em África, também consta na agenda das prioridades.
Sob o lema “ Impulsionando o crescimento verde e soluções de financiamento climático para África e o mundo”, o Fórum também vai centrar-se na apresentação de soluções inovadoras de crescimento verde e de financiamento do clima em África e no mundo.
Para o efeito, juntam-se ao colectivo representantes do Grupo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) e do Banco Mundial (BM), parceiros regionais e globais desta Cimeira, respectivamente.NE/VM