Ondjiva – O abate indiscriminado de árvores e queimadas anárquicas coloca em risco a fauna e flora da província do Cunene, para além de inibir a queda de chuvas.
O facto foi expresso pelo chefe do Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF) no Cunene, Dumbo Gangopito Mupe, numa palestra sobre a “Importância das árvores na vida humana", dirigida a jovens das associações amigas do ambiente.
Disse que nos últimos tempos tem sido constante a produção do carvão para a comercialização, fenómeno que preocupa bastante a instituição, pois contribui para a devastação, em grande escala, de muitos campos.
Neste contexto, apelou às associações amigas do ambiente no sentido de ajudarem a disseminar a informação nas comunidades, sobre as consequências da destruição do meio ambiente.
Explicou que uma das maneiras de se combater os problemas da seca é a educação da população, em relação à importância da preservação da flora e a mudança de atitude a favor de um ambiente equilibrado.
Sensibilização nas comunidades
Dumbo Gangopito Mupei disse que o IDF tem estado a trabalhar na periferia e nas zonas rurais com as autoridades tradicionais, que são pessoas influenciadoras na consciencialização das comunidades, para que de forma gradual mudem essas práticas negativas.
Referiu a necessidade de se trabalhar na educação das pessoas para que usem de forma sustentável esses recursos, pois a sua utilização irracional coloca em perigo a subsistência das futuras gerações.
Viveiro do Xangongo
Fez saber que o viveiro florestal do Xangongo, no município de Ombadja, está com uma produção anual de 50 mil mudas de diferentes espécies de plantas, ornamentais e fruteiras, ao contrário dos 250 mil programados, devido à degradação na estrutura do tecto das naves.
O IDF tem feito o possível para elevar o índice de produção de mudas, para reposição das plantas a medida que as pessoas vão fazendo cortes, segundo a fonte.
Dumbo Gangopito Mupei informou que cada município prevê plantar nos próximos dois anos uma quantidade em função das suas necessidades, sendo o Cuanhama com 12 mil árvores, Ombadja 10 mil, Namacunde nove mil, Cahama sete mil, Cuvelai sete mil e Curoca, cinco mil árvores.
O gabinete provincial do Ambiente no Cunene promove até ao dia 2 de Setembro um ciclo de palestras que servirá de catalisador para a mudança das mentalidades em relação ao abate indiscriminado de árvores.