Luanda - A angolana Fernanda Samuel consta da lista dos finalistas de África do prémio Jovens Campeões da Terra, anunciou, em Outubro, o Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA), em Nairóbi (Quénia).
A competição global visa identificar, apoiar e estimular jovens empreendedores e com ideias inovadoras para proteger ou restaurar o meio ambiente, com idades entre os 18 e 30 anos.
Dos 35 finalistas apenas sete serão declarados vencedores, em Dezembro próximo, por um júri composto pela directora Executiva do PNUMA, Inger Andersen, pelo enviado do Secretário-Geral da ONU para a Juventude, Jayathma Wickramanayake, pela Assessora do PNUMA para Economia Criativa, Roberta Annan, e pela CEO da UN Foundation, Elizabeth Cousens.
A angolana é responsável pelo projecto Otchiva, com quatro anos de existência, que está a contribuir para a proteçcão e restauração dos mangais, em Luanda, tendo já permitido a reflorestação de meio milhão de mangais.
Os mangais, que albergam 80% da vida marinha da orla costeira de Angola, estão a ser destruídos para dar lugar a construções de residências, resorts e hotéis, cujo impacto está a ser minimizado pelo projecto Otchiva.
O projecto, que já foi reconhecido pela União Africana (UA), está a permitir a devolução da vida na orla marítima angolana e na restauração do ecossistema marítimo.
Os mangais são berçários da vida marinha, habitat de aves migratórias, protector da orla costeira e a única fonte de subsistência das comunidades costeiras. Estão incluídos no programa nacional de reflorestação, contando com a acção de associações ou movimentos que se dedicam a sua preservação.
A lista divulgada é integrada por 35 jovens seleccionados, entre mais de 845 inscritos, por suas iniciativas visionárias e concretas para enfrentar as crises ambientais mais desafiadoras da actualidade, como a protecção de terras indígenas por meio do turismo de aventura na Amazónia, conversão de emissões perigosas em bens valiosos nos Estados Unidos, pesca de plásticos na Grécia e produção de electricidade a partir do fluxo de água na Nigéria.
“Apesar dos desafios decorrentes da Covid-19, as soluções apresentadas pelos finalistas deste ano são incríveis. É claro que a pandemia não interrompeu a luta por um mundo melhor. Pelo contrário, ela nos fez lembrar o que está em jogo em nossa batalha pelo planeta e destacou a importância de reconstruirmos um mundo melhor para enfrentar a crise climática e preservar a saúde humana e do planeta”, afirmou a directora Executiva do PNUMA, Inger Andersen.
Conforme a responsável, os jovens estão a chamar a atenção para as escolhas erradas que feitas e os impactos da destruição ambiental no futuro.” Estamos comprometidos em garantir à juventude uma voz, uma plataforma e uma oportunidade para triunfar na sua jornada, enquanto inspiramos milhões de outras pessoas a se juntarem a essa luta", acrescentou.
Cada vencedor ou vencedora receberá dez mil dólares em capital semente, bem como suporte personalizado para desenvolverem os seus projectos e acesso a contactos e mentores capacitados.