Lubango - O director nacional de Segurança Industrial, Emergências e Ambiente, Manuel Xavier, defendeu hoje, sexta-feira, no Lubango, Huíla, a necessidade de Angola fazer uma transição energética “justa e inclusiva”, olhando para a racionalidade dos recursos de que dispõe.
O responsável fez esta apreciação, à margem da dissertação sobre “A tradição Energética Justa, Caminhos para uma Energia Limpa, Acessível em Angola”, no II Fórum de Diálogo Ciência e Sociedade.
O evento promovido pelo Programa da UNI.AO, em colaboração com o ISCED-Huíla, Universidade Mandume ya Ndemufayo e o Instituto Superior Politécnico Tundavala, está a reflectir sobre as principais forma e canais de interacção entre o mundo académico e a sociedade, assim como os obstáculos e desafios nessa relação.
Manuel Xavier realçou que “Angola já está a fazer o seu caminho” nesse sentido e tem todas a condições para uma transição “perfeita” e neste processo deve-se incluir todos os recursos energéticos de que o país dispõe, desde os fósseis, petróleo e gás que dispõe em abundância, que ainda são importantes para ajudar a economia do nacional e contribuir na redução da pobreza energética que ainda é um facto.
“Não podemos esquecer que ainda temos apenas 43% da população angolana a beneficiar de energia eléctrica, mas também porque de facto temos outros recursos, como, o sol, o vento a biomassa, a energia dos oceanos e a água que podem ser utilizada para produzir o hidrogênio verde”, expressou.
Destacou que o sector do petróleo e gás, é importante para a economia do país, gera mais de 97% das receitas e contribui para o a volta de 30%, portanto não se pode abdicar dele de forma intempestiva, sob pena de abalar outros segmentos da vida.
De acordo com Manuel Xavier foi estabelecido pelas Nações Unidas de que os países, até 2050, devem atingir o “zero emissões”, mas é possível fazer uma transição que coabite com a produção sustentável dos hidrocarbonetos de baixo carbono.
Segundo o responsável, deve-se aproveitar a janela de oportunidade que ainda existe para explorar esses recursos e canalizar partes dos proventos a essa caminhada.
Salientou que o país já começou essa transição e está a investir “fortemente” nos biocombustíveis que são outros recursos importantes que vão ajudar a reduzir as suas emissões e produzir energia de baixo carbono.
Com esses investimentos, disse o director, a percentagem da população a consumir energia vai aumentar, através de uma combinação dos mais variados tipos de energia que o país se propõe a produzir. BP/MS