Luanda - O ecologista angolano João Serôdio explicou, segunda-feira, em Luanda, que Angola está geograficamente numa posição intermédia, com pouca possibilidade de ser afectada pelas alterações climáticas, em relação a outros países.
O também professor universitário fez este pronunciamento à imprensa no seminário sobre Educação para Acção Climática, com objetivo de transformar os indivíduos e comunidades.
Segundo o interlocutor, as mudanças climáticas sempre existiram, a milhões de anos, e são sempre condicionadas por vários factores, pelo que os seres vivos têm de se adaptar contra essas mudanças.
Para João Serôdio, a realidade climática de Angola é diferente a da Europa, onde existe alagamento de cidades e secas terríveis, como na África do Sul.
De acordo com o ecologista, provavelmente até 2040 a 2060 haverá uma seca muito grande na África Austral, e em Benguela em particular, o que vai obrigar as populações do sul a emigrarem para o norte ou para o Congo.
"Preocupa-me bastante a capacidade de produtividade do Cuando Cubango, com os grandes investimentos estrangeiros, sabendo que provavelmente daqui a 10 ou 15 anos haverá uma grande seca naquela região", expressou.
João Serôdio repudiou a forma errada como é explorada a madeira no país, pois poderá provocar uma grande seca.
Por sua vez, Verónica Choconesa, engenheira de perfuração de poços de petróleo e gás e fundadora da Startup Nzolani Renewable, afirmou, durante a sua dissertação, que o homem é um dos principais causadores das alterações climáticas.
A fundadora da Startup "Nzolani Renewable" sublinhou que o homem produz gás de efeito estufa, produzido pelas indústrias petrolíferas por causa do carvão e as queimadas.
"Quando o homem produz o gás estufa prejudica a natureza, porque a própria natureza em si já produz o mesmo gás com uma temperatura normal para que haja ambiente na terra", disse.
A mesma defende que quando o homem começar a perceber que a sua acção causa outra reacção vai parar de produzir e investir numa economia linear para a transição de uma economia circular.
Adiantou que a falta de instrução nesse sentido tem levado ao caos o sistema climático.
"Já estamos em 29 de Maio e ainda não se faz sentir o cacimbo. Tudo isso é fruto de alterações climáticas, e Angola é um dos países que mais produz petróleo, gás e carvão. Tudo isso, associado a desflorestação, causa problemas de alteração climática. ECC/MDS/ART