Luanda – A ministra de Estado para a Área Social, Carolina Cerqueira, apontou, esta quarta-feira, em Nairobi (Quénia), a necessidade de Angola e a África do Sul implementarem o projecto da Corrente de Benguela e a sua integração com o oceano Índico.
Carolina Cerqueira, que falava durante um encontro com a ministra sul-africana para o Ambiente, Barbara Creecy, à margem da Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente (UNEA), avançou que Angola, na qualidade de Presidente da CPLP, projecta trabalhar com a África do Sul na troca de experiência na gestão dos recursos marinhos relacionados com o oceano Índico.
Trata-se de um projecto, segundo a ministra angolana, que poderá ser apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre os Oceanos e poluição marinha, a ter lugar em Lisboa (Portugal), de 27 de Junho a 01 Julho de 2022, destinada à implementação da meta 14 dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (Conservação e uso Sustentável dos Oceanos).
A propósito, a ministra sul-africana para o Ambiente, Barbara Creecy, apresentou uma proposta para o reforço de capacidades a Angola, com vista a elaboração de um programa de gestão para as áreas de conservação transfronteiriças e encontrar soluções para mitigar os efeitos conflito homem-animal.
As duas delegações reiteraram ainda a necessidade do reforço dos laços de cooperação na vertente da desminagem, bem como trabalhar na implementação da Convenção da Corrente de Benguela.
Para além do projecto da Corrente de Benguela, as duas entidades passaram, igualmente, em revista a possibilidade do relançamento das reuniões bilaterais, no âmbito do acordo quadro existente entre os dois países, assinado em 2017 aquando da primeira visita oficial do Presidente de Angola, João Lourenço, a República da África do Sul.
Cooperação Angola/Moçambique
Para além do encontro com a delegação sul-africana, Carolina Cerqueira avaliou, também, a cooperação com a ministra moçambicana do Ambiente, Ivete Maibase.
A governante moçambicana aproveitou a ocasião para apresentar um convite para Angola participar, em Junho de 2022, na cimeira sobre o ecossistema de Miombo, em Moçambique.
Ivete Maibase realçou que o convite a Angola advém da sua qualidade de Presidente da CPLP e, sobretudo, de países irmãos.
A agenda de Carolina Cerqueira incluiu ainda um encontro com a ministra do Ambiente do Congo, Arlette Soudan-Nonault, na qualidade de Coordenadora do Fundo Azul da Comissão do Clima da Bacia do Congo.
Durante o encontro, a governante congolesa apresentou o ponto de situação relacionado com os memorandos que poderão ser assinados no âmbito das iniciativas que visam conciliar a luta contra às alterações climáticas e o desenvolvimento económico, que poderá ser assinado com a Comissão Económica das Nações Unidas para a África.
Arlette Soudan-Nonault aproveitou a oportunidade para apresentar uma proposta para a realização, com data a anunciar, de uma reunião ministerial, precedida do segmento técnico, dos países que integram a Comissão do Clima da Bacia do Congo, designadamente Angola, Burundi, Camarões, Gabão, República Centro Africana, República do Congo, República Democrática do Congo, Ruanda, Tanzânia e Zâmbia.
A Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente (UNEA) reúne representantes dos 193 Estados membros da ONU, empresas, sociedade civil e outras partes interessadas para chegar a um acordo sobre políticas para enfrentar os desafios ambientais mais urgentes do mundo.
O evento, que decorre sob o tema “Fortalecimento das acções para que a natureza alcance as metas de desenvolvimento sustentável”, visa proporcionar uma liderança, impulsionar ações intergovernamentais em questões ambientais e contribuir para a implementação da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável da ONU e dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
A Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente (UNEA) funciona como principal palco mundial para o debate e aprovação de políticas e estratégias internacionais sobre o ambiente e que vinculam todos membros.
