Luanda – Angola assinala, neste domingo, 31, o Dia Nacional do Ambiente, com os olhos virados no combate as queimadas, derrube de árvores anárquica, protecção, recuperação e promoção do uso sustentável dos ecossistemas terrestres.
Entre os desafios do sector, que tem ainda como foco a aprovação da Estratégia Nacional para as Alterações Climáticas 2020 - 2035, consta, também, a contenção e reverter a degradação dos solos e evitar a perda de biodiversidade causada pelas alterações climáticas.
A estratégia define uma Angola adaptada aos impactos das alterações climáticas e com um desenvolvimento de baixo carbono que contribua igualmente para a erradicação da pobreza.
A propósito da data, a secretária de Estado para o Ambiente, Paula Francisco Coelho, disse, em entrevista ao Jornal de Angola, que a educação ambiental continua a ser uma prioridade, sobretudo agora que o mundo tem uma nova agenda de educação e consciencialização.
Conforme Paula Coelho, a educação ambiental está inserida no Plano de Desenvolvimento Nacional 2018-2022, com o objectivo de promover o bem-estar social e as boas práticas ambientais.
“A educação ambiental deve ser implementada nos mais distintos ramos da nossa vida activa e, para isso, destacamos os grandes temas da actualidade mundial sobre o ambiente, tais como as alterações climáticas, biodiversidade, gestão ambiental, desenvolvimento sustentável, camada de ozono, novas tecnologias e normalização e saneamento”, reforçou.
Paula Coelho avançou que a estratégia nacional de educação ambiental para o período 2020-2025 define três eixos prioritários, designadamente, a cidadania ambiental, o consumo consciente e sustentável e a gestão de resíduos, frisando que o actual contexto nacional clama por uma forte intervenção relativamente à promoção de valores e boas práticas sobre as medidas de preservação e conservação ambiental, bem como sobre a influência da participação dos cidadãos na protecção do ambiente.
“O desenvolvimento de programas de educação ambiental voltados para toda a sociedade permitirá consciencializar os cidadãos, famílias, empresas, instituições e entidades públicas e privadas sobre a sua intervenção e influência na degradação do ambiente. Também poderá garantir uma mudança de atitude generalizada e mobilizar a cultura da consciência ambiental caracterizada pelo conhecimento e pela sustentabilidade”, disse.
Em regra, adiantou, os focos de abordagem no sistema de educação giram à volta de temas como a legislação, economia verde, economia circular e economia solidária, bem como o currículo de formação e de capacitação dos fiscais ambientais.
“É fundamental educar e formar os fiscais para a salvaguarda do património natural. Hoje ainda é necessário concluir o processo de reconhecimento da própria formação, que deve ter um currículo aprovado e inserido no programa geral de educação e não apenas no sector de formação técnicoprofissional”, reforçou a responsável.
Em relação as áreas de conservação, chamou a atenção para a necessidade de se investir em todo o país para alavancar a economia, gerar empregos e uma aposta na inovação.
“Olhar para as áreas de conservação é olhar para o potencial da descoberta da Tesmanea camoniana (exclusiva do Parque Nacional da Kissama), da Oryx Gazella, do deserto do Namibe ou da floresta do Mayombe. E também pensar na costa atlântica com a corrente fria de Benguela, as áreas de conservação marinhas - e pensar ainda nos ecossistemas e na natureza em geral como base de financiamento à economia”, asseverou.
Aponta, igualmente, para a necessidade de se efectuar um inventário biológico mais pormenorizado, assim como um censo populacional de animais selvagens, que permitirá saber onde se está e que caminho a seguir.
A data é celebrada a cada ano com o objectivo de sensibilizar os diferentes extractos da sociedade angolana sobre a importância e papel das questões ambientais em geral e as da conservação em particular para uma vida sadia.