Luanda - O pavilhão de Angola na COP 28 Dubai acolheu, no último fim-de-semana, um debate sobre questões relacionadas aos crimes contra a vida selvagem e consequências ambientais.
Destaque para o painel "Explorando o nexo entre crimes selvagens e mudanças climáticas", no qual a secretária de Estado para a Acção Climática e Desenvolvimento Sustentavel, Paula Coelho, apresentou os passos dados por Angola nesta matéria.
Recordou que em Maio de 2022 Angola, Quénia e Perú elaboraram uma proposta de resolução à Comissão das Nações Unidas sobre Prevenção do Crime e Justiça Criminal, acerca do potencial de um novo acordo global para combater o tráfico de vida selvagem.
Essa resolução histórica, disse, foi adoptada pela comissão por consenso e co-patrocinada por outros 13 Estados-Membros.
Paula Coelho reiterou que a perda de biodiversidade não representa apenas uma ameaça iminente aos ecossistemas africanos, às comunidades e à própria estrutura da identidade nacional, mas também tem impacto no clima.
"Não podemos separar as questões da perda de biodiversidade e das alterações climáticas. Os nossos ecossistemas são os guardiões da regulação climática e do sequestro de carbono, componentes vitais da resiliência contra os impactos crescentes de um clima em mudança", esclareceu.
A secretária de Estado informou que Angola procura ser um participante activo nesse esforço, reconhecendo que o compromisso partilhado com a conservação é fundamental para salvaguardar o povo e a biodiversidade.
A propósito, Paula Coelho apelou à comunidade internacional para que crie um quadro jurídico forte e mais abrangente para combater o tráfico de vida selvagem.
Lembrou que no início deste ano o Gabinete das Nações Unidas contra a Droga e o Crime divulgou um novo relatório, compilando as opiniões apresentadas por 73 Estados e pela União Europeia.
Adiantou que o relatório mostra claramente que quase 80% dos Estados respondentes é a favor de um protocolo adicional sobre a prevenção e o combate ao tráfico de vida selvagem ou está aberta a discutí-lo.
A secretária de Estado afirmou que é revelador o apoio de mais de 85% dos Estados africanos, pois a vida selvagem é insubstituível e continua a beneficiar outros e não directamente as comunidades locais e rurais.
Nesta senda, defendeu uma estrutura que transcenda fronteiras, fortaleça os mecanismos de aplicação e promova esforços colaborativos entre as nações.
A Conferência das Partes (COP) 28 sobre as mudanças climáticas iniciou a 30 de Novembro e terminou esta terça-feira, no Dubai, Emirados Árabes Unidos. VIC