Ambientalista aponta solução para lagoas do Luhongo

     Ambiente           
  • Benguela     Quarta, 04 Janeiro De 2023    16h55  
Vista parcial da vila da Catumbela
Vista parcial da vila da Catumbela
António Escrivão

Catumbela - A eliminação das lagoas do Luhongo, no município da Catumbela (Benguela), passa pela desobstrução do sistema de drenagem das águas pluviais, afirmou esta quarta-feira, o ambientalista Isaac Sassoma.

Em entrevista à ANGOP, o engenheiro do ambiente afirmou que no tempo chuvoso, o nível das águas aumenta e elas não têm por onde escoar, causando enorme extensão de águas paradas.

"Este sistema de drenagem existe e funcionava normalmente, antes da construção da nova estação do Caminho de Ferro de Benguela (CFB), naquela localidade. Hoje está praticamente inutilizado", explicou.

O mesmo passa-se com a lagoa localizada por trás do Hospital Municipal da Catumbela, São Pedro, que é uma bacia natural de retenção de águas pluviais.

Na sua opinião, se as águas conseguissem atravessar a estrada, através do sistema de drenagem, e atingissem o perímetro agrícola, além da irrigação, enriqueceria os solos devido ao transporte de material orgânico ali produzido.

Como consequências, o especialista apontou problemas como poluição visual, de saúde pública e desordenamento do território.

"Não é agradável ter na cidade uma vista panorâmica com águas paradas", lamentou.

Em relação a saúde pública, focou na possibilidade de maior proliferação de vectores como mosquitos, propenso a Malária, moscas, já que ao lado existe um matadouro, e doenças de dermatológicas, por causa de crianças que vão ali brincar.

Sobre o desordenamento do território, mostrou-se indignado com a construção de casas na bacia de retenção das águas.

"A construção nestes lugares é proibida, porque as águas vêm de zonas elevadas e ficam ali armazenadas para desaguar para algum lugar", lamentou.

Issac Sassoma referiu-se igualmente sobre a construção nas salinas, nos mangais e nas valas naturais, lembrando o caso da chuva de 11 de Março de 2015, no Lobito, onde morreram dezenas de pessoas.

Aproveitou para falar sobre a limpeza das valas, dizendo que elas devem estar conectadas, entre as micro e macro-drenagem, para facilitar a fluidez no escoamento das águas.

Informou que devem ser limpas pelo menos três vezes por ano, no período seco, reprovando a vala no três, do Bairro da Luz, no Lobito, onde as águas não têm saída para o mar, no caso, por falta de acabamento.

Para ele, as águas que transitam nas valas devem passar por uma estação de tratamento antes de irem para o mar.

Referiu-se, com tristeza, sobre resíduos sólidos a flutuarem no mar, tendo como consequência o aparecimento de tartarugas, baleias e outras espécies marinhas mortas, devido a ingestão desses objectos, confundindo com alimentos. 

Apelou as diversas administrações da província, a prestarem maior atenção aos assuntos por si discriminados, para ajudar a evitar outros problemas de impacto ambiental.

A Administração Municipal da Catumbela, contactada pela ANGOP para se pronunciar sobre as lagoas na sua circunscrição, mostrou-se indisponível.

 

 

 

 

 

 

 

 





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