Lobito - A limpeza do lixo depositado na vala de drenagem do bairro da Cassai, no Lobito (Benguela), constitui prioridade para a Associação dos Amigos Defensores do Ambiente (ADAMA), no âmbito das obras de requalificação das zonas húmidas.
Segundo o coordenador da ADAMA, Joaquim Teixeira, a obstrução daquele canal, por grandes quantidades de lixo, com destaque para o plástico, é a causa do desaparecimento de varias espécies marinhas que existiam no tempo colonial.
"Este canal a funcionar normalmente vai ajudar a eliminar as inundações, no caso de grandes chuvas, encaminhar as águas para o mar e retornar para os mangais", explicou.
Informou ainda que as águas passam por um estuário que alimenta não só o mangal como o ecossistema marinho.
"A vegetação deste mangal, que recebe as águas da vala da Cassai, era o lugar do nicho das aves e não evolui por escassez de água", esclareceu.
O responsável disse que a sua água era salobra. Hoje, estas zonas húmidas vivem de água salgada, segundo o ambientalista.
Na sua opinião, se as águas do rio Catumbela fossem reaproveitadas, o ecossistena seria melhorado para preservação e conservação das aves, principalmente o Flamingo, que é o "cartao postal" da cidade.
"De acordo com um levantamento feito por organizações internacionais, em 1998, no qual participamos, a cidade do Lobito foi tida como a região de Angola onde existe maior número de espécies aquáticas", afirmou.
Joaquim Teixeira defende que se deve melhorar o habitat dos Flamingos para que as espécies se reproduzam com maior qualidade e eficiência.
"Com as bacias de retenção melhoradas, teremos o repovoamento das espécies", afirmou convicto.
Actualmente, as aves permanentes no local, segundo o especialista, são algumas garças, colhereiros, flamingos e alguns patos. TC/CRB