Luanda - O país vai realizar o Inventário Florestal Nacional, passados 10 anos depois da realização do primeiro, para impulsionar a actualização da informação técnica sobre o sector, anunciou hoje, em Luanda, o secretário de Estado para as Florestas, André de Jesus Moda.
O programa de expansão do Inventário Florestal Nacional, que conta com um financiamento de USD 2.6 milhões do Governo Americano, vai ser desenvolvido em todo país.
André de Jesus Moda disse que a implementação do referido programa abre boas perspectivas e vai impulsionar o potencial apícola, bem como a informação relevante sobre carácter social e económico, ligado às comunidades locais.
O secretário de Estado assegura que Angola está engajada no alcance dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), tendo desenvolvido diversas acções de âmbito político e legislativo.
Acrescentou que entre as acções constam a aprovação de uma política florestal e outros instrumentos legais e técnicos, com destaque para a Lei de Base de Florestas e Fauna Selvagem e respectiva regulamentação “que traduzem a visão, metas e os objectivos estratégicos do Estado angolano em relação a este propósito de gestão sustentável dos recursos florestais, faunísticos e apícolas”.
“Angola precisa realizar o seu segundo exercício do Inventário Florestal Nacional, consignado, no quadro de um ciclo de cada cinco anos recorridos, com vista a actualizar e complementar as informações necessárias ao serviço deste importante recurso”, disse.
Frisou que estas informações vão subsidiar a implementação de vários programas e projectos, com destaque para o Programa Integrado de Gestão do Ecossistema Florestal do Miombo, que ocupa mais de 80% do território nacional, “rico em biodiversidade, berço das principais bacias hidrográficas do país, que vai permitir a integração de milhões de famílias rurais, dependentes directos desses para a sua sobrevivência”.
Por seu turno, o embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) em Angola, Tulinabo Mushingi, disse que o combate à crise climática está no centro da política externa, diplomacia e segurança dos EUA, sendo que parte deste compromisso é da preservação dos recursos naturais vitais.
Destacou que Angola tem bastantes recursos naturais, com uma biodiversidade abundante e uma extensa linha de costa, assim como “as vossas florestas têm milhões de toneladas métricas de carbono, em biomassa florestal viva e contém mais de mil e quinhentos espécies de anfíbios, aves, mamíferos e répteis”.
Acrescentou que o programa lançado faz parte dos esforços do Governo dos EUA, para promover ecossistemas sustentáveis e apoiar as comunidades para melhorar os seus meios de subsistência, ao mesmo tempo que protege os recursos naturais vitais.
“Estamos a investir 2,6 milhões de dólares para fazer o inventário. Depois vamos lançar o programa que vai fazer a ligação entre a protecção e o desenvolvimento económico com 7,5 milhões de dólares”, reforçou.
O lançamento do Programa de Expansão do Inventário Florestal de Angola, que tem um financiamento de mais de 2 milhões de dólares da Administração norte-americana, serve também para assinalar o 53º aniversário do Dia da Terra, que se assinala a 22 de Abril.
As florestas são essenciais para o bem-estar da humanidade, pois constituem as fundações para a vida na Terra, através de funções ecológicas, regulação do clima e recursos hídricos, além de servirem como habitat para plantas e animais.
As florestas também fornecem uma vasta gama de bens essenciais, tais como madeira, alimentos, forragem, medicamentos e oportunidades para lazer, renovação espiritual e outros serviços.
O projecto de Inventário Florestal Nacional de Angola surge como resposta para as questões de política florestal, gestão de informação, reforço da capacidade institucional, valorização dos produtos florestais lenhosos e não lenhosos, assim como a conservação e uso sustentável dos recursos.
Este instrumento serve para fornecer os dados necessários para os processos inerentes aos critérios e aos indicadores requeridos para a monitorização e a preservação das florestas.
Dados oficiais indicam que a área de exploração florestal produtiva do país está estimada em 69 milhões de hectares, sendo uma vasta cadeia de exploração da flora e fauna nacional, representando cerca 56,3 por cento do território nacional. HEM/AC