Icolo e Bengo - O prazo para o financiamento do projecto de "Apoio à Mulher Rural em Angola", que visa empoderar as camponesas, por via da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID), passou de cinco para oito anos, revelou nesta quarta-feira, no município de Icolo e Bengo, a directora da instituição para a África Austral, Leslie Murbury.
Segundo a responsável, no final de uma visita à povoação de Cadianzala, comuna de Cabíri, onde estão 75 camponesas beneficiárias do projecto, o alargamento do tempo de duração é resultado do sucesso alcançado nos primeiros cinco anos do programa, que termina neste ano.
Leslie Murbury, de nacionalidade americana, sublinhou que há um orçamento global de cinco milhões de dólares norte-americanos para o projecto de empoderamento da mulher, pois, para si, quando esse género é empoderado, melhora tudo à sua volta, à comunidade e às famílias.
De igual modo, o projecto presta assistência às agricultoras, sobre o direito à terra, obtenção de ferramentas básicas para uma cidadania activa e estabelecer uma rede de defensores das mulheres para combater a violência no género e acesso rápido ao registo civil das famílias.
Actualmente estão abrangidos em Luanda 1.500 agricultores (58 por cento dos quais são mulheres) e o objectivo é atingir 20 mil famílias camponesas em Angola, localizadas nas províncias do Cuanza-Norte, Cuanza-Sul, Malanje, Huíla e Namibe, precisou a directora da USAID.
Resultados
Até ao momento, volvidos cinco anos, foram abrangidos a nível de Luanda, mil e 500 agricultores, distribuídos 15 sistemas de irrigação de baixo custo e a criados 30 comités de clubes agrícolas, formados em liderança e empreendedores.
Consta ainda dos resultados, 715 camponesas alfabetizadas no módulo 1e 669 instruídas a ler e a escrever no modelo 2, criação de quatro cooperativas, abertura de 30 campos agrícolas e financiamento de duas cooperativas agrícolas, através do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA).
O projecto está a ser implementado em 10 províncias do país, nomeadamente, Benguela, Bié, Cuando Cubango, Cuanza Norte, Cuanza Sul, Huambo, Huíla, Luanda, Malanje e Namibe.
A primeira fase envolvendo seis províncias e 6.000 membros, iniciou em 2020.
Actualmente, na segunda fase, que iniciou em Outubro de 2023, outros 14.000 membros ingressaram nos clubes de agricultoras em mais seis províncias, o que dá um total de 20.000 agricultores em 10 províncias.
De forma geral, o projecto visa capacitar as mulheres agricultoras nas comunidades rurais a melhorar os seus meios de subsistência e aumentar a sua segurança alimentar através de uma abordagem que se centra na provisão de ferramentas para as tornar líderes no sector agrícola.
O objectivo da vinda da responsável da USAID a Angola serve para se familiarizar com o portfólio dos programas dessa agência de forma a promover maior investimento para as áreas críticas bem como identificar potenciais novas oportunidades.
Icolo e Bengo, a 62 quilómetro da cidade de Luanda, conta com uma população estimada em 149.052 habitantes distribuídos em cinco comunas. CLAU/AJQ
