Humpata - Quatro milhões e 500 mil dólares foram investidos de 2018 à presente data, na criação de 556 Escolas de Campo, em benefício de 20 mil 832 agricultores dos municípios da Cacula, Caluquembe, Caconda, Chicomba e Chipindo, na província da Huíla.
Estas escolas foram criadas no âmbito do Projecto de Desenvolvimento da Agricultura Familiar e Comercialização (SAMAP), uma iniciativa do Ministério da Agricultura e Florestas, implementado pelo Instituto de Desenvolvimento Agrário (IDA).
O SAMAP é financiado pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e pelo Governo Angolano e está a ser implementado nas províncias da Huíla e Cuanza Sul com cinco municípios cada.
Virado para as componentes institucional e de financiamento, o valor global para as duasprovíncias é de 38 milhões de dólares, dos quais 28 milhões têm origem no FIDA, 8,2 milhões do Governo de Angola e 1,1 da comparticipação dos beneficiários, que envolve recursos locais e mão-de-obra, cuja execução vai até Setembro do ano em Curso.
O objectivo é aumentar a produtividade e melhorar a comercialização da agricultura familiar, sobretudo em culturas seleccionadas nas áreas do projecto, onde consta o milho, feijão, batata do reino, cenoura, tomate e repolho.
Em declarações, esta segunda-feira, à ANGOP, na Humpata, à margem do encontro de provincial de avaliação do projecto, o coordenador do SAMAP na Huíla, Eugénio Chiliva, realçou que a nível da província foram capacitados 39 “mestres” de Escolas de Campo, 515 facilitadores que são membros e que passam o conhecimento à comunidade.
Nesta conformidade, disse a fonte, o município de Caluquembe é que mais escolas beneficiou, com 165, seguido de Caconda com 129, Cacula com 114, Chicomba com 81 e Chipindo com 57, que ajudam na extensão rural e na obtenção de excedentes agrícolas.
De acordo com Eugénio Chiliva, as Escolas de Campo são uma componente da extensão rural, uma metodologia que os pequenos agricultores utilizam para adopção de práticas agrícolas, visando a rentabilização do espaço, produzindo mais para obter excedentes.
Nelas, explicou, os agricultores aprendem matérias ligadas à selecção de sementes, o espaçamento correcto da sementeira, questões transversais ligadas ao género, a educação, a saúde e a nutrição.
Destacou que o projecto SAMAP a nível da Huíla prevê atingir 30 mil família, destas, 21 mil 832 já estão a beneficiar de insumos agrícolas, pequenos equipamentos de tracção de mais de 150 toneladas de sementes de milho, 139 de feijão, 600 de fertilizantes, entre composto e simples, 600 charruas, dez carroças e mais de 20 motobombas.
No mesmo período foram legalizadas 38 associações para cooperativas com três mil 367 membros e na segunda fase, que vai até Setembro, serão legalizadas mais 41 cooperativas, numa parceria com Acção de desenvolvimento Rural e Ambiente (ADRA).
Sublinhou que em termos de colheitas os resultados são “animadores”, a título de exemplo, há dois anos houve a situação de estiagem e ainda assim tiveram um caso de sucesso, em Caluquembe, em que uma Escola colheu num hectare três toneladas.
Nas escolas de campo que beneficiaram dos insumos agrícolas, disse o técnico, hoje já dispõem de moagens, o que diminui o esforço das mulheres para a preparação da fuba; construíram armazéns, porque as sementes que são entregues não são reembolsadas ao IDA, mas conservadas a nível dessas comunidades.
Referiu que os excedentes a esta altura estão a ser comercializados para reforçar as caixas comunitárias e assim poderem ter recursos financeiros e alimentares para a sua auto-suficiência. BP/MS