Sumbe – Cerca de quatro toneladas de produtos agrícolas estragam-se mensalmente na aldeia do Chôa, província do Cuanza Sul, devido à degradação dos 30 quilómetros de estrada que liga a localidade e à sede municipal do Ebo.
De acordo com o soba do Chôa, Nicolau Cambambe, “a aldeia tem vários campos agrícolas com frutícolas, cereais, hortícolas e tubérculos, que se perdem por causa do mau estado da via".
“Não temos como escoar os produtos. Os camiões e as motos de três rodas têm muitas dificuldades para transitar, o que está a motivar a especulação dos preços de aluguer de meios de transporte”, salientou, aplaudindo o início da reabilitação do referido troço.
O sector administrativo do Chôa é o maior produtor de maçã e, em Fevereiro último, recebeu da Administração Municipal 15 milhões de Kwanzas para o relançamento da produção da fruta, um financiamento do Programa do Combate à Fome e à Pobreza.
A produção abrange uma área de 250 hectares, com uma colheita estimada em três mil 750 toneladas/ano.
Reabilitação da estrada no Chôa
No âmbito do Programa Integrado Desenvolvimento Local e Combate a Pobreza (PIDLCP), a administração municipal do Ebo adjudicou, há uma semana, à empresa Valoeste, de construção civil e obras públicas, os trabalhos de reabilitação dos referidos 30 quilómetros, com custos avaliados em Kz 87 milhões.
Há 45 anos que o referido troço não beneficiava de obras e a empreitada em curso emprega 20 jovens da localidade, prevendo-se que esteja concluída em sete meses.
A reabilitação inclui trabalhos de limpeza e desmatação, tratamento do sub-leito, da base de circulação, construção de 16 pontecos artesanais, com recurso a troncos de eucaliptos, e de valas de drenagem, assim como tratamento das passagens hidráulicas.
No acto de consignação, o administrador municipal do Ebo, Wenga Franco, afirmou que “a reabilitação do troço vai melhorar a vida dos cerca de 20 mil habitantes, maioritariamente agricultores residentes ao longo da referida via, num total de 35 aldeias, que compõe o sector administrativo do Chôa”.
“Hoje é um marco de referência, porque vai impulsionar o escoamento dos produtos dos campos para os maiores mercados nas províncias do Cuanza Sul e de Luanda, fortificando o comércio rural e valorizando a produção local”, rematou.
Sustentou que “a reabilitação de uma estrada é a melhor forma de combater a fome e a pobreza e a intervenção na estrada é um pedido insistente da população do Chôa, que há mais de 20 anos se debate com esse dilema”.
"Agradecemos a empresa encarregue da reabilitação do troço, por ter cobrado apenas 87 milhões de Kwanzas, visto que no normal um quilómetros custa 25 milhões, que significa que teríamos pago Kz 750 milhões. Por esta razão, consideramos o alto sentido patriótico do empresário Carlos Cunha", considerou.
Por sua vez, o director da obra pela Valoeste, Dilson Seixas, garantiu o cumprimento dos prazos contratuais visando o bem-estar das comunidades.