Ondjiva- Quatro mil e 200 toneladas de arroz serão colhidas no final do mês de Fevereiro de 2024, no projecto agro-industrial do Manquete, localizado na comuna do Mucope, município de Ombadja, província do Cunene.
O complexo agro-industrial, antes pertencente ao Fundo Soberano, é actualmente de alçada do Ministério da Defesa, Antigos Combatentes e Veterano da Pátria, mediante o Despacho Presidencial n.º 132/18.
Em declaração esta quinta-feira à ANGOP, o director técnico do projecto, tenente-coronel Isaías Viegas, disse que na época agrícola 2023/2024 estão em campo 600 hectares do produto, que tem como destino os efectivos das Forças Armadas Angolanas (FAA).
“Podemos considerar a reactivação do espaço, uma acção estratégica para o desenvolvimento agro-pecuário nas FAA, com uma gestão profícua, permitirá às Forças Armadas atingirem a auto-suficiência, em alguns produtos agrícolas e de origem animal”, sustentou.
Disse que, ao contrário de três safras anteriores, a fazenda realiza apenas duas anuais, de modo a proteger o terreno de possíveis pragas e fungos.
Sublinhando que a região dispõe de solos férteis e água disponível, proveniente do rio Cunene, permitindo condições favoráveis para o cultivo de arroz em grande escala.
Esclareceu que a produção colhida tem como destino as unidades militares e enquadra-se no plano de diversificação da economia nacional, mediante a produção de bens e serviços, que visam a redução de importações.
Neste momento, disse que se encontra armazenado em silos mais de 700 toneladas de arroz em casca da safra anterior, quantidades reduzidas devido à perda de duas mil 100 toneladas, em consequência do transbordo do rio, que inundou os campos de cultivo.
Isaías Viegas disse que a unidade conta com uma indústria completa para o processo de semeadora, colheita, secagem, descasque e três silos, sendo um com capacidade de três mil toneladas e dois de duas mil toneladas cada.
Indicou que a acção conta com o envolvimento de mais de 100 trabalhadores, sendo 38 efectivos e 40 ex-militares desmobilizados, que beneficiaram de formação de base de técnicas de cultivo dos cereais.
Na fase da preparação dos campos e da sementeira, a empresa tem contratado trabalhadores eventuais que vivem nas aldeias ao redor do empreendimento.
Outro sim, disse que, no âmbito da parceria de assistência técnica, com o Grupo Carinho, encontram-se 22 técnicos, que estão a trabalhar no processo de alargamento das áreas de produção.
Isaías Veigas realçou que, no âmbito da responsabilidade social, a unidade de produção entregou no mês de Julho uma escola de seis salas de aulas, para o ensino primário, um posto de saúde, duas residências para professores e enfermeiros e cinco chafarizes.
O projecto do Manquete foi aprovado em 2010 pelo Executivo angolano, ao abrigo da linha do Banco de Desenvolvimento da China (BDC), com o objectivo de produzir cereais em grande escala no país e reduzir os índices de importação.
Com duas unidades de processamento e descasque, limpeza, branqueamento de embalagem e outros equipamentos, a implementação inicial do projecto teve um orçamento de 85 milhões, 511 mil, 446 e 97 dólares norte-americanos.
Localizado há 200 quilómetros de Ondjiva, o projecto foi implantado numa área de 10 mil hectares, dos quais duas mil e 500 hectares são para o cultivo e os restantes para a construção de infra-estruturas e reservas naturais.FI/LHE/AC