Uíge - A fazenda Vila Nova, localizada no município do Uíge, colheu, durante a campanha agrícola 2022/2023, 500 toneladas de repolho, tomate, cenoura, quiabo, pimenta e melancia, superando as 400 toneladas da safra anterior.
Em entrevista à ANGOP, nesta terca-feira, a propósito do balanço do ano agrícola 2022/2023, o responsável do projecto, Almeida Lutucuta, justificou que o aumento da colheita deveu-se ao acréscimo da mão-de-obra, que passou de 40 para 60 trabalhadores.
Instalada numa área de 100 hectares, apenas metade do espaço da fazenda é utilizado para a produção de diversas culturas, devido à falta de meios agrícolas para a mecanização da actividade.
O empreendimento agrícola conta com a produção de repolho, numa área de 18 hectares, quatro hectares de quiabo, três hectares de tomate, dois de pimenta e igual número de cenoura, entre outros produtos do campo.
Durante o presente ano agrícola, foram gastos seis milhões de Kwanzas para pagamento do pessoal e compra de sementes, 12 a 15 mil Kwanzas/por dia para a compra de gasolina, colocado nas motobombas para irrigação das plantações.
Passados cinco anos desde a instalação do projecto, Almeida Lutucuta disse que continuam a enfrentar várias dificuldades, justificando que se trata de uma agricultura rudimentar.
“A fazenda enfrenta dificuldades de mecanização, transporte, dificuldades de aquisição de sementes, fertilizantes, inseticidas e outras necessidades”, explicou.
Num espaço com potencial para aumentar a produção, a ANGOP constatou que a actividade ainda é feita à base de enxada, catana e outros meios rudimentares.
Ainda sobre as dificuldades, Almeida Lutucuta disse que a partir de Agosto tem havido problemas de irrigação, devido à baixa do caudal de água do rio (Loé) à volta da fazenda.
Em função disso, o empreendedor pede ajuda (máquina) para o desvio do curso de água a partir do rio Loé, nas proximidades da fazenda, para o canal de irrigação do empreendimento agrícola.
Com a subida do preço da gasolina, o agricultor recorreu ao gás butano para pôr a funcionar a motobomba. “É uma adaptação, apesar de estar a danificar o equipamento, mas não temos outra saída”, disse.
Referiu que cavar hectares de terra à mão não é a mesma coisa que usar máquinas.
Por isso, disse que a disposição desses meios iria duplicar ou triplicar a actual produção da fazenda, passando para 1.500 ou 2.000 toneladas por época agrícola.
Além da produção, a componente formativa também é outra aposta do empreendimento agrícola.
Desde o ano de 2022, mais de 20 estagiários de diversas instituições de ensino frequentam estágios curriculares e profissionais.
O grande constrangimento, segundo o responsável, consiste na falta de meios técnicos para facilitar a aquisição de outros conhecimentos e um melhor aproveitamento dos futuros engenheiros agrónomos e agricultores.
Denominado "Meu Projecto Agrícola", a actividade começou em 2018 com três trabalhadores, vindos da comuna de Quipedro, município de Ambuila (Uíge).
Actualmente, a iniciativa, que também se dedica à criação de gados e aves, conta com 60 funcionários, maioritariamente jovens. JAR