Icolo e Bengo - A cooperativa de camponeses de Cambembeia, na comuna de Cassoneca, município de Icolo e Bengo prevê, para a safra de 2023, aproximadamente 120 toneladas de produtos diversos, contra as 300 colhidas na época passada, representando uma baixa de 70 por cento da produção agrícola.
Em entrevista à ANGOP, o presidente da cooperativa de Cambembeia, Abreu Matchambe informou que a baixa da colheita que deverá acontecer entre os meses de Junho e Julho deve-se a irregularidades das chuvas, uma vez que a agricultura praticada localmente é de sequeiro (rega dependente das chuvas).
Segundo o responsável que prestava esclarecimentos durante a visita de algumas horas de uma delegação da quarta comissão de deputados da Assembleia Nacional, para a presente época 2023 foram cultivados apenas 150 hectares de terras aráveis contra os 275 lavrados em 2022.
A cooperativa produz diversas culturas como mandioca, milho, feijão, batata-doce, citrinos e banana.
Para mitigar a escassez de água, o agricultor sugere a construção de seis bacias para retenção, com cinco metros de profundidade e 40 de diâmetro cada, para servir como reservatório natural do líquido.
A par disso, a cooperativa aguarda desde 2022, o Título de Concessão de Terras para exploração agrícola, situação que tem sido impasse na obtenção de créditos bancários.
Por seu turno, o administrador municipal de Icolo e Bengo, Nelson Funete, assegurou que, em 10 dias a cooperativa agrícola de Cambembeia terá o documento.
A cooperativa agrícola de Cambembeia existe há três anos e congrega 270 camponeses.
Na ocasião, a deputada Maria da Conceição Palma, considerou que as cooperativas agrícolas tornam-se em elementos cruciais no combate a fome e a pobreza no país.
Conforme a parlamentar, em declarações à imprensa, no balanço de visita de dois dias ao Icolo e Bengo, por via das cooperativas agrícolas torna-se mais fácil o apoio aos camponeses, bem como direccionar ajuda financeira para as zonas rurais.
Destacou a importância em apoiar as associações, por estas congregarem um elevado número de agregados.
“Um apoio do governo concedido a uma cooperativa abrange muitas famílias, por exemplo as visitadas hoje no Icolo e Bengo, têm entre 100 a 200 membros, daí que deve-se dar mais atenção a elas”.
Lembrou que deste modo, evita-se a dispersão de ajudas e permite que os apoios sejam canalizados a grupos certos.
Maria Palma prometeu encaminhar às entidades afins, todas as preocupações registadas, para junto da administração de Icolo e Bengo encontrarem vias rápidas para a sua solução.
Nesta quinta-feira, a deputada visitou igualmente as cooperativas Tuenda e os Abraçados.
O município de Icolo e Bengo conta com 43 cooperativas agrícolas, integradas por 2070 camponeses que colheram em 2022, cerca de 50 mil toneladas de cereais, hortícolas e frutas. CLAU/AJQ