Ondjiva – A praga denominada “mosca branca”, que afecta as plantas frutíferas de manga, nos últimos anos, está constituir maior preocupação dos munícipes do Cuanhama, província do Cunene.
A “mosca branca" é um parasita, de aproximadamente cinco milímetros de comprimento, que a afecta as plantas fruteiras, desde Julho de 2021, nos bairros Caculuvale, Cafito, Naipalala e Caxila, na cidade de Ondjiva.
Os insectos afectam sobretudo a parte arbórea das fruteiras, como folhas e frutos, provocando mofo preto no caule, causando prejuízos na ordem dos 82 por cento da produção de frutas na região.
Em declarações esta segunda-feira, à ANGOP, o morador do bairro Cafito, Nelito Fernando, disse que a praga está a criar muitos prejuízos nas mangueiras, ao ponto de não produzirem mais frutas.
“ Há necessidade do Governo tomar medidas adequadas, através de bio-insecticida para combater a “mosca branca” que afecta igualmente as laranjeiras e limoeiros”, sugeriu.
Francisco Xavier, do bairro Caculuvale, lembrou que a colheita de frutas nos últimos anos reduziu, fruto da praga que se alimenta da parte inferior das folhas das plantas, causando consequências negativas na produtividade.
Teresa São, do bairro Naipalala, disse que uma das formas para eliminar a praga é a poda das árvores, mas não resulta por muito tempo, porque alguns vizinhos não optam por este caminho, sem saberem que a praga é arrastada pelos ventos.
Por seu turno, o administrador municipal do Cuanhama, José Kalomo, informou que estão a fazer o levantamento das árvores atacadas pelos insectos, para melhor planificar a gestão do trabalho de pulverização.
Explicou que o trabalho está a ser realizado com o Gabinete Provincial da Agricultura e prevê-se, nos próximos dias, a feitura de uma campanha direccionada de poda de todas plantas contaminadas.
“Nesta altura, estamos a criar as condições e a sensibilizar os moradores dos bairros, no sentido de colaborarem com os técnicos da agricultura e administração para o êxito da poda”, salientou.
José Kalomo indica que a praga traduz-se do desenvolvimento de insectos nas partes inferiores das folhas, acabando por alimentar-se das mesmas, acção que impede que a fotossíntese se realize a favor da própria planta.
Outras pragas que assolaram a região
Em Abril de 2022, surgiu nos municípios do Cuanhama, Ombadja, Cahama e Curoca uma praga denominada “lagarta militar”, que afectou mil e 137 lavras de massango.
Já em 2021, a província foi assolada por uma outra praga de gafanhotos, que afectou 566 lavras de massango, massambala e milho, em algumas localidades dos municípios de Namacunde, Cuanhama e Ombadja.
Ainda no mesmo ano, a produção de tomate nas margens do rio Cunene, no município de Ombadja, ficou comprometida devido à uma praga denominada "vira cabeça do tomate", que devastou 351 hectares.
Dados do Gabinete da Agricultura apontam que 142 mil e 21 famílias estão envolvidas na campanha agrícola 2021/2022, prevendo-se uma colheita de 139 mil toneladas de cereais, numa área produtiva de 580 mil hectares. PEM/LHE/AC