Porto Amboim - Pelo menos seis mil 350 famílias camponesas no município do Porto Amboim, província do Cuanza Sul, vão produzir no presente ano agrícola 2023/2024 numa área de seis mil e 500 hectares de terras aráveis, soube-se hoje, segunda-feira, das autoridades locais.
Com o envolvimento destas famílias, o município registou um aumento quatro mil 174 novas famílias, bem como um incremento de quatro mil 155 áreas produtivas, em relação a campanha 2022/2024 e pretende-se colher sete mil 264 produtos diversos.
Estes dados foram divulgados na abertura do ano agrícola 2023/2024, pela administradora municipal do Porto Amboim, Maria Sumano, tendo assegurado a distribuição de 126 toneladas de sementes e fertilizantes.
As famílias camponesas, associações e cooperativas agrícolas receberam composto por milho, feijão grosso, macunde e fertilizantes.
“A nossa prioridade vai para o sector agrícola, para reduzir a fome e a pobreza, visto que a agricultura é a base da nossa economia local e boa parte da nossa população depende da agricultura familiar e de subsistência para o seu sustento”, justificou.
Neste contexto, continuou, a agricultura desempenha um papel importante porque não apenas fornece alimentos, mas também é uma fonte de emprego e oportunidade de gerar renda familiar na circunscrição.
No ano agrícola 2022/2023, foram produzidas numa área de 2.550 hectares de terras aráveis para um universo de 2.176 famílias e a colheita fixou-se em 3.500 toneladas de produtos diversos.
A par disso, a direcção municipal da agricultura, pecuária e pescas distribuiu 90 toneladas de fertilizantes.
Agricultores clamam por intervenção das instituições de crédito agrícola
O agricultor Albano Guia, detentor de 50 hectares de terras aráveis, destacou a importância da intervenção das instituições ligadas ao crédito agrícola, no sentido de financiar a produção, tendo em conta as dificuldades ligadas à preparação de terras, captação e irrigação das culturas e escoamento dos produtos.
“Estamos a produzir, desde 2019, com os recursos pessoais, cultivando dois hectares de cebola, um hectare e meio de tomate, um hectare de melancia, quatro hectare e meio de hortícolas e três de milho, perfazendo apenas 12 hectares, dos 50 hectares existentes”, disse.
Albano Guia disse que para cobrir 50 hectares necessita de Kz 137 milhões para a compra de tractores, alfaias e outros instrumentos de produção agrícola e regadio, porém recorrendo aos programas do Governo apenas permite um empréstimo de Kz 10 milhões.
Neste momento, está a recolher uma média de duas toneladas de tomate por dia, 35 toneladas de melancia e 12 toneladas de cebola.
Necessitamos motobombas de grande calibre para bombear água, numa represa situada a 400 metros, bem como mil metros de tubagem.
O presidente da cooperativa dos ex-militares no Calele, Alberto Manuel, informou que possuem 20 hectares e 28 cooperativistas, que sem tractor, alfaias e charruas, desbravam a terra com recurso manual.
“É neste sentido que pretendemos que as instituições financeiras facilitem a cedência de créditos para o aumento da produção e a renda familiar”, rematou.
Realçou que as terras são aráveis e não há muita exigência de adubar, mas mesmo assim colhemos uma tonelada de cebola, uma de tomate, uma tonelada de couves, uma tonelada de pimento, uma tonelada de quiabo, plantado numa superfície de cinco hectares.
O município conta com 10 cooperativas e seis associações de camponeses.Lc